Paleontólogos apresentaram evidências que comprovam que dois fósseis que viveram na Era Paleozoica no que hoje é o Brasil e a África do Sul eram parentes muito próximos. O estudo foi coordenado pelo Prof. Dr. Juan Carlos Cisneros, do Centro de Ciências da Natureza (CCN), da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A pesquisa foi publicada no dia 15 deste mês, no jornal Royal Society Open Science, com o título "Tiarajudens eccentricus and Anomocephalus africanus, two bizarre anomodonts (Synapsida, Therapsida) with dental occlusion from the Permian of Gondwana".
Segundo o professor Juan Carlos Cisneros, as espécies estudadas são precursoras dos mamíferos. "Tiarajudens eccentricus (espécie brasileira) e Anomocephalus africanus(espécie sul-africana), de hábitos herbívoros e do tamanho de uma capivara, viveram muito antes dos dinossauros, no Período Permiano (270 milhões de anos atrás), quando os continentes estavam juntos e formavam a chamada Pangeia. Estes animais eram muito peculiares por possuírem dentes de tipo molar, com os quais podiam mastigar o alimento como se fossem ruminantes, apesar de não serem mamíferos. Além disso, a espécie brasileira possuía dentes de sabre, que provavelmente eram usados para brigas entre os machos", explicou.
Colaboração entre paleontólogos do Brasil e da África do Sul
A pesquisa tem participação de paleontólogos brasileiros e sul-africanos. Segundo o professor Juan Carlos, o Tiarajudens foi descoberto no Rio Grande do Sul e estudado pela mesma equipe em 2010. Após a descoberta do Tiarajudens, os pesquisadores decidiram reestudar o fóssil de Anomocephalus, devido ao seu parecido físico com a espécie brasileira. Anomocephalus tinha sido encontrado dez anos antes, no semideserto sul-africano do Karoo. Este novo estudo ajudou a entender melhor o parentesco entre as duas espécies fósseis.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.