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Domingo, 17 de novembro de 2024
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17/07/2015 - 09h10

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17/07/2015 - 09h10

Pesquisa da UFPI revela parentesco entre fósseis do Brasil e da África do Sul

 UFPI

Representação artística de dois machos Tiarajudens em luta (arte de Voltaire Paes Neto)

 Representação artística de dois machos Tiarajudens em luta (arte de Voltaire Paes Neto)

Paleontólogos apresentaram evidências que comprovam que dois fósseis que viveram na Era Paleozoica no que hoje é o Brasil e a África do Sul eram parentes muito próximos. O estudo foi coordenado pelo Prof. Dr. Juan Carlos Cisneros, do Centro de Ciências da Natureza (CCN), da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A pesquisa foi publicada no dia 15 deste mês, no jornal Royal Society Open Science, com o título "Tiarajudens eccentricus and Anomocephalus africanus, two bizarre anomodonts (Synapsida, Therapsida) with dental occlusion from the Permian of Gondwana".

 

Segundo o professor Juan Carlos Cisneros, as espécies estudadas são precursoras dos mamíferos. "Tiarajudens eccentricus (espécie brasileira) e Anomocephalus africanus(espécie sul-africana), de hábitos herbívoros e do tamanho de uma capivara, viveram muito antes dos dinossauros, no Período Permiano (270 milhões de anos atrás), quando os continentes estavam juntos e formavam a chamada Pangeia. Estes animais eram muito peculiares por possuírem dentes de tipo molar, com os quais podiam mastigar o alimento como se fossem ruminantes, apesar de não serem mamíferos. Além disso, a espécie brasileira possuía dentes de sabre, que provavelmente eram usados para brigas entre os machos", explicou.

 

Colaboração entre paleontólogos do Brasil e da África do Sul

 

A pesquisa tem participação de paleontólogos brasileiros e sul-africanos. Segundo o professor Juan Carlos, o Tiarajudens foi descoberto no Rio Grande do Sul e estudado pela mesma equipe em 2010. Após a descoberta do Tiarajudens, os pesquisadores decidiram reestudar o fóssil de Anomocephalus, devido ao seu parecido físico com a espécie brasileira. Anomocephalus tinha sido encontrado dez anos antes, no semideserto sul-africano do Karoo. Este novo estudo ajudou a entender melhor o parentesco entre as duas espécies fósseis.

UFPI

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