A Comissão Pró-Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba-CBH, se reuniu ontem (27), no auditório da Agespisa para discutir a formalização da criação do Comitê de Bacia que beneficiará os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará.

O secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Dalton Macambira, explicou que com a criação do comitê será possível promover o debate das questões relacionadas aos recursos hídricos da bacia e arbitrar, em primeira instância, os conflitos relacionados a recursos hídricos da bacia do Parnaíba com representantes do poder público, dos usuários das águas e das organizações da sociedade civil através de ações na área de recursos hídricos.

Segundo ele, existem três principais conflitos que merecem atenção especial do comitê que é a ausência de rede de coleta de tratamento de esgoto nas cidades ribeirinhas; o acúmulo de lixo, que gera sérios problemas de saúde pública e o desmatamento das matas ciliares. Apesar da extensão do Parnaíba e seus afluentes, a área caracteriza-se pelos índices críticos de abastecimento de água, rede de saneamento básico e tratamento de esgoto, fator principal do escasso desenvolvimento da área da bacia do Parnaíba.

De acordo com o Departamento de Recursos Hídricos e Geologia Aplicada da Universidade Federal do Piauí, através de um trabalho de monitoramento da qualidade de água do rio Poti em sete pontos do perímetro urbano de Teresina, cerca de 35 km de percurso do rio, a cidade possui somente 14% de rede de esgotamento sanitário e em áreas populosas situadas na zona Norte, a poluição tem tido números alarmantes no rio Poti, um dos afluentes do rio Parnaíba.

O secretário Dalton Macambira afirmou que problemas relacionados ao rio Poti também terão prioridade no comitê e que o percentual da rede de esgotamento também tende a crescer. "A criação do comitê é extrema de importância porque através dele iremos promover estudos e discussões dos planos que poderão ser executados na área da bacia hidrográfica do rio Parnaíba e seus afluentes. Com o comitê, será possível promover o planejamento, avaliação e tomada de decisões, análise e a busca de solução para os principais problemas, além de negociar os conflitos que afetam nossa bacia hidrográfica como a ausência de rede de coleta de tratamento de esgoto, o acúmulo de lixo e o desmatamento das matas ciliares", disse.

Os afluentes mais importantes do Parnaíba, do lado do Piauí são os rios Gurgueia, Uruçuí-Preto, Canindé, Poti e Longá; no Maranhão, o afluente importante é o rio Balsas. Sobre a importância econômica, Dalton Macambira destacou que essa porção maranhense da bacia, caracterizada pelo rio Balsas, constitui-se em área de franco desenvolvimento econômico com a implantação de grandes plantações de grãos, em especial a soja. No Ceará estão localizadas as nascentes do rio Poti, cuja foz se dá na capital piauiense, Teresina, bem como de outros cursos dágua cuja afluência final se dá em território piauiense como o Arabê, o Macambira e o Piranji.

PRÓXIMA REUNIÃO- No encontro de ontem ficou acertado que no dia 3 de outubro, às 15h, acontecerá uma reunião em Brasília com o secretário executivo do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, Pedro Guimarães do Ministério do Meio Ambiente, para formalizar o pedido de instituição do comitê.

Antes da reunião que acontecerá em Brasília, a comissão irá se reunir no dia 26 de setembro, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Piauí, para discutir as propostas do Estado do Piauí que serão apresentadas em Brasília. A proposta do comitê será analisada pelo CNRH e, se aprovada, o comitê será criado mediante decreto do Presidente da República.