Com suas belezas naturais exuberantes, constituídas pelas mais diversas paisagens de cartão postal distribuídas do litoral ao sertão, o Piauí é um lugar inspirador. A criatividade humana reina e as manifestações culturais traduzem em grande estilo as crenças, costumes e hábitos do povo piauiense. Experiências coletivas e individuais desenvolvidas pelas mais diversas áreas de atuação, encantam a todos, como por exemplo, o artesanato, um dos mais ricos e admirados do mundo.
Através de uma das mais tradicionais manifestações artísticas, os artesãos do Piauí revelam seu desejo e poder de criação e mostram a outros estados e países, características da identidade cultural local. As peças esculpidas por aqui, colocam o Estado no cenário da globalização, já que são comercializadas em praticamente todos os continentes. Se por um lado a criatividade dos piauienses é atestada pelas formas únicas dos produtos artesanais, por outro dá bons exemplos de sustentabilidade, pois utiliza como matéria prima objetos recicláveis.
A atividade contribui com a preservação do meio ambiente, gera renda e garante o sustento de muitas famílias, como a do artesão José Ribamar, 64 anos de idade, que transforma pedaços de madeira desperdiçados pela construção civil em arte santeira. “A profissão de artesão, significa minha vida. Comecei aos 40 anos, desde o início trabalho com madeira velha e de lá para cá sustento mulher, filhos e netos por meio da arte santeira”, disse Ribamar.
Antes de virar artesão, José Ribamar foi lavador de carro em Teresina dos 07 aos 18 anos (Foto: Liberdade News) | ||
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José Ribamar afirmou à nossa reportagem que hoje conta com oito pessoas trabalhando para ele. Seus trabalhos são comercializados, principalmente, em outros Estados. “Viajo três vezes por ano, para Recife-PE, Belo Horizonte-MG e Brasília-DF. Minhas peças são bastante solicitadas, os clientes dizem que são diferenciadas porque eu sou o único a pintar as artes sacras”, revela com entusiasmo.
Ribamar ressalta com emoção que o artesanato mudou sua vida. Ele começou a trabalhar aos sete anos de idade, lavando carros na Praça Saraiva, Centro de Teresina. Chegando a passar fome, ele desenvolveu essa atividade até completar a maioridade, quando virou taxista e depois caminhoneiro.
“Somente aos 40 anos despertou em mim um grande dom que Deus me deu, o talento para o artesanato. Comecei fazendo dez peças, que foram vendidas por R$ 30,00. Com esse dinheiro comprei frango, carne, minha família festejou ao ver muita comida na mesa. Com o restante, comprei materiais para trabalhar, na minha segunda venda apurei R$ 1.500, daí para cá nunca mais passei necessidade”, narrou José Ribamar em tom de emoção.
Histórias como essa são encontradas de norte a sul do Piauí. Com espírito de guerreiros e mentes iluminadas, os piauienses dão exemplo de superação. Das mãos de pessoas humildades saem obras de arte que encantam o mundo. A produção, divulgação e comercialização do artesanato local é fomentada através da criação de grupos, associações e cooperativas.
Eliane Barros, presidente da Associação dos Artesãos Profissionais Autônomos do Piauí (AAPAPI), explica que nas feiras internacionais a produção piauiense é uma das mais vendáveis. “As pessoas ficam encantadas com nossas peças, principalmente aquelas produzidas com materiais recicláveis”, afirmou.
Experiências individuais e coletivas como as encontradas no artesanato, constroem a cada dia a identidade do Estado, que se convencionou chamar de piauiensidade, fortemente marcada pelo talento e humildade de seu povo.
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