Além do início do período de B-R-O bró, o mês de setembro também é marcado pela florada dos Ipês. Apesar de o Piauí ser conhecido por não ter estações do ano bem definidas, esse espetáculo natural anuncia a chegada da primavera, que no hemisfério Sul, começa no dia 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro.
A principal característica da primavera é o reflorescimento da flora, sendo considerada a estação mais florida do ano. No Nordeste, e predominantemente, nos estados onde o clima é seco ou semiárido, essa época é marcado pela escassez das chuvas e por paisagens áridas. Mas um fenômeno ameniza os prejuízos trazidos pelo tempo seco, a beleza dos Ipês.
A exuberância desta árvore pode ser visualizada, por exemplo, em diferentes pontos de Teresina, mas se comparado ao tempo de espera, a florada é uma tanto efêmera, tendo apenas cerca de duas semanas de beleza natural. “Assim como a diversidade de cores, o Ipê também possui diferentes períodos de floração variando de planta para planta, mas geralmente essa etapa ocorre nos meses de agosto e setembro”, conta o biólogo e professor doutor, José Ribamar Rocha.
Apesar da beleza das flores ser a primeira coisa lembrada quando o assunto é Ipê, a árvore do gênero Tabebuia também possui outras qualidades como a resistência da madeira. “A madeira do Ipê é de ótima qualidade por ser resistente é muito utilizada na construção”, ressalta o professor.
Ainda de acordo com o professor Ribamar Rocha, o caráter medicinal da casca é também um dos pontos fortes do Ipê. “Da casca são extraídas substâncias para uso medicinal, podendo ser utilizadas para diversos fins, o mais utilizado deles é o tratamento de infecções de garganta”.
No auge da floração, o Ipê arranca suspiros dos apaixonados pela árvore, como é o caso da consultora empresarial, Ana Cristina Freitas. “Da janela da minha casa eu tenho o privilégio de acompanhar durante todo o ano o desenvolvimento do Ipê e fico impressionada como no período mais quente, em que acreditamos que as árvores não suportarão a temperatura, ele aparece com a sua fase mais bonita que é a sua florada. Além desse que fica perto de mim, também aprecio bastante os que ficam espalhados pela cidade, principalmente, o Ipê branco, pois ele é mais raro”.
Outro fator que encanta Ana Cristina, quando o assunto é Ipê, é a forma generosa como a árvore se comporta. “Eu já realizei alguns trabalhos na área ambiental, então, eu sempre fiquei impressionada com a generosidade dessa planta, pois a cada florada ela libera inúmeras sementes, além de possuir uma madeira extremamente nobre e ter uso medicinal”, analisa.
O Ipê também é uma boa alternativa para a arborização da cidade por não demandar muitos cuidados e não ter raízes agressivas. “O Ipê é uma planta nativa brasileira, por isso está completamente habituada ao nosso clima, o que faz dela uma árvore de fácil plantio, além de possuir uma florada que embeleza a cidade e ter um alto porte”, afirma o professor José Ribamar.
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