Ao se referir a atual condição de sobrevivência de homens, mulheres e crianças na região do Semiarido piauiense, o coordenador executivo da Articulação para o Semiárido ASA no Piauí, Carlos Humberto Campos, classificou de “penúria”. Segundo ele, milhares delas estão dependendo exclusivamente dos carros-pipas para beber água, embora contaminada e a se alimentar de migalhas.
Segundo ele, na marcha do Grito do Semiárido, realizada no último dia 03, pelo Fórum Territorial Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, mais de mil trabalhadores de 24 municípios da região, fizeram um esforço gigantesco para ali está e clamar por ajuda a fim de que possam encontrar forças para vencer a estiagem que já dura mais de dez meses.
Se já não bastasse a humilhação de apelar ao governo para que implemente ações de convivência com a seca, os populações da região estão sendo submetidas a constrangimentos por políticos desonestos que ameaçam trocar água por voto. De acordo com o Coordenador da ASA, durante o evento, vários agricultores denunciaram a prática em seus municípios.
“Aproveitamos para lançar a campanha “não troque seu voto por água”, pois sabíamos que o fato iria acontecer”, informa e diz que a sociedade civil organizada está atenta ao problema e que vai exigir punição para quem tentar a troca.
Outra denuncia considerada grave, segundo Carlos Hmberto, é o desvio de água dos reservatórios público, por fazendeiros e sitiantes, como vem acontecendo na Adultora do Garrincho, através de colocação de canos de forma clandestina, fato esse já denunciado ao Ministério Público.
Em relação a medidas do governo para minimizar os efeitos da estiagem, Carlos Humberto, continua a considerá-las paleativas e extremamente burocraticas. “A verdade é que o governo não tem resposta para quase nada”, ponderou.
Durante a audiênciaem São Raimundo Nonato, os atingidos pela seca solicitaram do Ministério do Desenvolvimento Agrário- MDS a ampliação de ações estruturantespara o convívio com o semiárido realizadas pela Asa Brasil e Projeto Dom Helder Câmara –PDHC (Barragens sucessivas, barragens subterrâneas, cisternas de placas, assessoria técnicapermanente, entre outras) como política pública de ATER para a agricultura familiar.
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