O trabalho começa cedo. Logo nas primeiras horas do dia, cerca de 100 funcionários, entre terceirizados, técnicos e estagiários, começam a rotina na unidade de produção dos restaurantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O desafio é fornecer cerca de cinco mil refeições por dia nos três restaurantes espalhados pelo Campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina.

Em dias normais é fornecida uma média de 3500 refeições no almoço e cerca de 1500 no jantar, o que requer muitos cuidados durante o processo de produção. Jaudimar Vieira, coordenadora de nutrição dos RUs, como são chamados os Restaurantes Universitários, explica o motivo. “Nossa comunidade acadêmica é extremamente exigente”, conta.

Jaudimar Vieira (Foto: Rogério Holanda/LiberdadeNews)

Somente da metade de maio até o mês de junho, foram compradas mais de 16 toneladas de carne ou derivados para os restaurantes. Desse total quase 6 toneladas foram de carne bovina. Também figuram no cardápio carne suína, caprina e peixe. Para Jaudimar, os números contestam reclamações de alguns usuários, que afirmam encontrar frango na maior parte da semana no cardápio.

Dos mais de 16 mil quilos comprados, seis mil são de frango. Com uma tabela nas mãos, a coordenadora mostra à reportagem do Liberdade News que de 11 refeições servidas em uma das semanas de junho, apenas 4 tiveram frango no cardápio. “Só é propagado o que as pessoas acham ruim. O que é bom não é”, relata Jaudimar.

Preparo da comida (Foto: Gustavo Almeida/LiberdadeNews)

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Recentemente, estudantes da instituição postaram em redes sociais fotos onde afirmam ter encontrado objetos dentro da comida. No último episódio, um usuário afirmou ter encontrado um prego no alimento. Questionada sobre o assunto, Jaudimar informou que o caso está sendo apurado pela Ufpi.

Mesmo com a apuração em andamento, a coordenadora adianta que os objetos podem está vindo dentro dos pacotes de arroz. Segundo ela, no restaurante do campus de Floriano, uma cozinheira encontrou um parafuso dentro do pacote. A suspeita é que as ocorrências de Teresina tenham a mesma motivação, pois como já vem pré-cozido, não é feita a lavagem do alimento. Sobre o caso ela informou ainda que a Ufpi vai acionar juridicamente a empresa fornecedora do arroz.

Corte de carne da Unidade de Produção (Foto: Gustavo Almeida/LiberdadeNews)

Atualmente os RUs do campus de Teresina contam com apenas uma unidade de produção. Para desafogar a demanda e evitar as longas filas, um novo deverá ser construído e contará com uma unidade de produção própria.

Segundo Jaudimar, a prefeitura universitária está trabalhando um novo projeto para a construção. O local ainda está sendo definido. A expectativa, segundo a coordenadora, é que seja uma unidade grande. Além disso, existe a possibilidade de funcionar como self-service, o que evitaria o desperdício de alimentos.

Estudantes no Restaurante (Foto: Gustavo Almeida/LiberdadeNews)

No entanto, Jaudimar alerta que a construção não será tão breve. “A curto prazo nós não temos solução para essa questão das filas”, pontua. Ela informa ainda que ajustes deverão ser feitos na Unidade II.

Na cozinha da unidade de produção, funcionários trabalham com equipamentos de higiene. O processo é rigoroso e acompanhado de perto pela coordenação de nutrição. Tudo pensado e preparado para alimentar diariamente os milhares de estudantes que lotam os restaurantes da instituição.