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14/07/2012 - 10h25

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14/07/2012 - 10h25

Falta de fiscalização nos rios de Teresina facilita poluição

O esgoto sem tratamento é um dos motivos de preocupação; ambientalistas cobram monitoramento.

 O Dia

 

Mais uma vez ambientalistas alertam para o assoreamento e poluição dos rios Poti e Parnaíba em Teresina. A Rede Ambiental do Piauí (REAPI) cobra a criação do Comitê da Bacia Hidrografica do Rio Parnaíba, que teve processo de implantação iniciado no ano de 2002 e que ainda hoje não saiu do papel.

O Comitê da Bacia Hidrografica do Rio Parnaíba seria uma composto por uma comissão tripartite, com representantes do Governo, Prefeitura e Sociedade, responsável pela revitalização dos rios piauienses e gerenciamento dos recursos hídricos na respectiva bacia. De acordo com a Reapi, o Governo tem protelado a criação do Comitê por falta de interesse de que a sociedade participe do grupo.

"De Floriano à Teresina, o rio Parnaíba está sofrendo com a ocupação das margens e despejo de esgoto. O rio nunca passou por uma revitalização, como pode se falar em transpostos por um rio para abastecer outra cidade, se ele está morrendo", questiona Tânia Martins, coordenadora da Reapi.

Tânia lembra que um dos principais afluentes do Rio Parnaíba, o Rio Poti, sofre com a poluição por estar recebendo uma grande carga de dejetos humanos desde que os caminhões limpa fossa passaram a descarregar, na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) da Agespisa, todas as fezes humanas, resíduos de abatedouros como vísceras de animais, sangue e até folhas e pequeno galhos de árvores coletados na cidade.

Para Francisco Soares, presidente da Fundação Rio Parnaíba, a Furpa, um dos fatores que demonstram os altos níveis de poluição são os aguapés que surgem às margens do rio Poti. "Os aguapés aparecem quando a água está bastante poluída, essa vegetação são despoluidores naturais, um tipo de socorro do rio. O problema é que o despejo de esgotos é permanente, e de julho a agosto, a situação fica mais crítica pois a escassez de chuvas contribui com a diminuição da água e, consquentemente, com o aumento dos aguapés, que terminam por se propagar de uma maneira acelerada que impede a penetração de raios solares na água e prejudica a formação de oxigênio comprometendo nossa fauna aquática", lembra.

Nas margens do Rio Porti, por exemplo, pode-se verifica um grande volume de plantas aquáticas com destaque para espécie conhecida como capim canarana, que tem função semelhante a aguapés para a despoluição de rios.
Para os ambientalista a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí deveria monitorar melhor o rios e impedir o despejo de esgoto nas águas, assim como trabalhar na retirar do excesso de aguapés.

"Teresina é uma cidade com mais de 80 mil habitantes e a nossa cobertura de esgotamento sanitário atinge apenas 17% da cidade, o que significa que 83% das águas de servidos vindas de pios, banho, lavagens em de toda a cidade acabam sendo destinadas para os rios. O Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), prevê recursos para a revitalização da Bacia do Rio Parnaiba, com verbas a serem destinadas a tratamento de esgoto e reflorestamento das margens", alerta Francisco Soares acrescentando que, apesar disso, Governo Federal, Estadual ou Municipal não têm um projeto que viabilize o recebimento dessas verbas para recuperação de rios.

Semar implantará rede monitoramento hidrológico no Piauí
Já a Semar destaca que está trabalhando no intuito de implementar uma Rede de Monitoramento Hidrológico no Piauí, esse sistema faz parte do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado e terá como objetivo o acompanhamento qualitativo e quantitativo dos rios e barragens piauienses.

Francisco Filho, coordenador de Gestão Participativa da Semar, também frisa que o Governo Estadual tem se empenhado bastante no projeto de implementação do Comitê de da Bacia Hidrografica do Rio Parnaíba. "Esse projeto está sob análise do Conselho Nacional de Recursos Hídrico, aguardando a autorização de Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente, já que o Parnaíba é um rio federal que compreende o Ceará, Maranhão e Piauí" informou acrescentando que, a exemplo do primeiro órgão deliberativo de Bacias do Piauí, o Comitê dos rios Canidé e Piauí, a gestão do Parnaíba contará, sim, com a participação de Organizações não governamentais (ONGs) e entidades representativas da população.

"O Comitê do rio Canidé, por exemplo, abrange todo o semi-árido piauiense, contemplando um total de 89 municípios e funciona como um parlamento para discussões que propõem, acompanham e aprovam ou não a elaboração de planos, programas e projetos; discutem sobre conflitos entre usuários, propõem planos emergenciais de controle de quantidade e qualidade das águas e aprova ou não programas anuais de aplicação de recursos", completa.

Os comitês de bacia hidrográficas são importantes para a consolidação de políticas públicas e viabilidade de projetos que ressalta a importância da construção de barragens, adutoras e planos de segurança hidrográfica. Além de desenvolver ações com o Comitê do rio Canidé e buscar o andamento da implantação do Comitê do rio Parnaíba, a Semar, estuda a implantação de um terceiro, o Comitê do Rio Gurguéia. "Esses comitês também são importantes para a capitação de recursos e participação e conscientização da população dentro dessa temática", finaliza Francisco Filho.

O Dia

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