O professor Paulo Franchetti postou sobre um cálculo de quantos livros podemos ler ao longo da vida. Creio ser preciso considerar algumas variáveis: há o leitor profissional (professores, ensaístas, intelectuais, jornalistas etc) que tem o livro como ferramenta crucial em sua atividade; e há o leitor comum, autodidata, simplesmente apaixonado e compulsivo; e ainda a releitura…
Um livro por semana? um por mês? ler apenas alguns capítulos, consultar trechos de obras? como chegar a uma estatística? o filósofo Sartre, perguntado sobre quantos livros lia por ano, respondeu que em torno de 250; espantado, o interlocutor não acreditou, no que o pensador esclareceu, muitos livros seriam consultas pontuais e ainda com diferenças no número de páginas. bom, no caso do francês estamos falando de alguém que trabalhava 12 h por dia lendo e escrevendo, como muitos intelectuais mundo afora. Então, não sei como estabelecer um cálculo.
Noto que há pequenas angústias em torno da leitura: lemos livros ruins, abandonamos leituras, a escolha entre um clássico ou um contemporâneo, ficção? ensaio? poesia? acompanhar listas, os premiados, atualizar, cumprir algumas metas, aquele calhamaço adiado me olhando da estante…
A única certeza que tenho é sobre a necessidade e o prazer que sinto, com esse ato de solidão povoada.
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Feliciano Bezerra é professor doutor da UESPI - nas redes sociais.
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