Quem chegou naquela tarde de um domingo calorento de 26 de agosto de 1973 não se deparou com esta visão. As quatro grandes torres de iluminação era o primeiro grande impacto que se tinha. Estas não podiam deixar de existir por razões óbvias. Cadeiras e arquibancadas de um lado e geral do outro lado. Um grande vazio nas regiões que compreendiam os espaços que ficavam por detrás das traves não completavam na sua totalidade o anel do estádio conforme previa o projeto arquitetônico.
Mas o que deixava extasiado o torcedor ao adentrar o estádio e subir as escadarias de acesso à geral, às arquibancadas e cadeiras era a visão do verde do gramado as demarcações das linhas do campo propriamente dito de futebol as traves com as redes.
Não me fiz presente no jogo inaugural do estádio. Com toda a sua festa e tragédia. A expectativa do torcedor piauiense e em particular do teresinense era ver chegar a hora do grande momento esperado: a partida de futebol entre o time do Tiradentes e Fluminense do Rio de Janeiro pelo campeonato nacional de 1973.
Uma forte gripe me tirou da jogada. Impediu-me de ir à inauguração do estádio Albertão. Sorte ou azar. Ninguém sabe ao certo das coincidências e/ou fatalidades da vida. Morava na Casa do Estudante do Piauí na Rui Barbosa. E muitos dos moradores apaixonados pelo futebol foram. Não podiam perder. Felizmente quem foi voltou são e salvo.
Ainda no 1? tempo do jogo e nunca se soube ao certo o que de fato aconteceu, torcedores do lance das geral em desespero se lançaram no fosso que separa todas as dependências do estádio do campo de futebol.
Dizem que alguém gritou que o estádio estava caindo. Pelos números divulgados oficialmente cinco torcedores perderam a vida. Um número que pela dimensão da tragédia é pra se duvidar. Uma tarde/noite que a princípio foi festa terminava em tragédia. Teresina chorou naquela noite de 26 de agosto de 1973. O jogou Tiradentes X Fluminense terminou no empate de 0 x 0. Não dava pra comemorar nada.
Como a festa a vida tem que continuar na quarta-feira 29.08.1973 à noite lá estava firme e seguro o Gigante da Redenção como assim chamava a imprensa esportiva o Albertão para o segundo jogo da equipe do Tiradentes contra o Cruzeiro de Belo Horizonte. E eu presente. Um grande público. Testemunhei o primeiro gol no Estádio Albertão.
Dirceu Lopes um dos grandes jogadores e craque do futebol brasileiro à época foi o autor do feito histórico. Fim de jogo. As torres de iluminação são apagadas. Escuridão. Infelizmente toda aquela forte luz que se via nas noites de jogos no Albertão não deram a clareza necessária para o desenvolvimento e a continuidade do nível técnico que o futebol do Piauí teve naqueles poucos anos de glórias... mas isso é outra história ou a continuidade desta mesma história.
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Herivelto Silva Cordeiro, servidor público federal - nas redes sociais.
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