Véspera de uma das edições do SALIPI, aquela aflição sem termo. Meio-dia, chego à Oficina da Palavra na companhia do venerável prof. Santana. Na porta, uma senhora me esperava. Pediu licença, aproximou-se me entregou um saco de plástico escuro contendo um cofrinho de gesso.
Diante do meu espanto, explicou: “No ano passado, ouvi o senhor falando das dificuldades para realizar um salão, que é de todos nós. Passei o ano juntando moedinhas para o SALIPI. Espero que dê para pagar pelo menos o jantar de um dos convidados”. Agradeci e retirei-me rapidamente para que ela não me visse chorar.
O cofrinho permanece lacrado. Para os que fazemos o SALIPI, é uma espécie de talismã. Não contém moedas; contém uma fonte inesgotável de esperança...
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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