Dileta amiga me mandou uma piada de gosto duvidoso: “Este final de ano está com jeito de fim de mundo. Eu nem sei que roupa vou usar”. Para não sair do tom, afirmei: vista-se de preto, que pode simbolizar luxo ou luto. Parece-me que a segunda opção é mais consentânea.
Em curtíssimo espaço de tempo, a “iniludível” privou-nos da companhia de algumas pessoas muito queridas: Rolando Boldrin, Gal Costa, Pablo Milanés e Erasmo Carlos, para ficar só nos famosos.
Aos 81 anos de idade, Erasmo, também conhecido como “Tremendão”, parecia um menino grande, sempre aprontando alguma reinação. Autor de um punhado de canções inesquecíveis, aceitava, sem reclamar, o papel de coadjuvante nas parcerias com Roberto Carlos. Como era um cantor de poucos recurso vocais, deixava que os holofotes incidissem sobre o “rei”.
Das muitas da canções de Erasmo (mais de 600), eu, que não tenho maior interesse por rock, sempre vou me lembrar dele como o autor de “Minha fama de mau”. Erasmo não fazia jus à fama que cultivava. Wanderleia, parceira de “jovem guarda”, o definiu muito bem: “Eu era a Tremendinha e ele, o Ternurão”.
Por falar nisso, quantos dias ainda faltam para o final deste sinistro
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
Cultura
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