Bolsonaro resolveu medir forças com o Brasil civilizado, que defende a Educação e a democracia, e perdeu de goleada.
Por mais que a Globo quisesse ajudar, os “protestos a favor” do governo, do pacote de Sergio Moro e da reforma da Previdência, foram um fracasso de público e de crítica, uma repetição dos 7 a 1 do Mineirão de triste lembrança.
Na hora marcada para as manifestações, havia pouca gente nas ruas e, por mais que os repórteres e cinegrafistas se esforçassem, o fracasso era evidente.
Em comparação com as grandes manifestações populares do dia 15 de maio, com as multidões que foram às ruas contra o governo, viu-se neste domingo um desfile deprimente de camisas amarelas da CBF, paneleiras loiras e marombados de óculos escuros, com ataques às instituições e baixarias.
As manifestações deste domingo, 26 de maio, limitaram-se a 12 Estados e ao Distrito Federal, contra 26 Estados e o DF no dia 15 em defesa da educação.
Ao longo do dia, com as engajadas transmissões ao vivo das televisões para chamar a população às ruas, como fizeram nas manifestações pró-impeachment de Dilma, as imagens começaram a mostrar mais gente caminhando atrás de carros de som, mas deixando um vazio entre eles, numa cacofonia de discursos gritados em que não se entendia nada.
Nos estúdios refrigerados da Globo News, pontificava o comentarista Valdo Cruz, que fazia sua campanha particular em defesa da reforma da Previdência e do pacote anti-crime de Sergio Moro, como se fosse porta-voz do governo e da emissora, quaisquer que fossem os sons e imagens das ruas.
Em diferentes pontos do país, repórteres declamavam o mesmo script global em favor das reformas e do governo.
Alguma coisa mudou depois do encontro da direção da Globo com o capitão presidente na última semana, no Palácio do Planalto.
Longe dali, num culto evangélico em Jacarepaguá, Bolsonaro orava e não parava de postar vídeos nas redes sociais, mostrando as “manifestações espontâneas”, com mensagens patrióticas para mobilizar sua tropa.
No final da tarde, até os repórteres globais já desanimavam de narrar as manifestações, mas continuavam repetindo os mesmos bordões.
Quinta-feira, 30 de maio, o povo volta às ruas. Contra o governo.
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Ricardo Kotscho é jornalista, no Blog do Kotscho.
Por mais que a Globo quisesse ajudar, os “protestos a favor” do governo, do pacote de Sergio Moro e da reforma da Previdência, foram um fracasso de público e de crítica, uma repetição dos 7 a 1 do Mineirão de triste lembrança.
Na hora marcada para as manifestações, havia pouca gente nas ruas e, por mais que os repórteres e cinegrafistas se esforçassem, o fracasso era evidente.
Em comparação com as grandes manifestações populares do dia 15 de maio, com as multidões que foram às ruas contra o governo, viu-se neste domingo um desfile deprimente de camisas amarelas da CBF, paneleiras loiras e marombados de óculos escuros, com ataques às instituições e baixarias.
As manifestações deste domingo, 26 de maio, limitaram-se a 12 Estados e ao Distrito Federal, contra 26 Estados e o DF no dia 15 em defesa da educação.
Ao longo do dia, com as engajadas transmissões ao vivo das televisões para chamar a população às ruas, como fizeram nas manifestações pró-impeachment de Dilma, as imagens começaram a mostrar mais gente caminhando atrás de carros de som, mas deixando um vazio entre eles, numa cacofonia de discursos gritados em que não se entendia nada.
Nos estúdios refrigerados da Globo News, pontificava o comentarista Valdo Cruz, que fazia sua campanha particular em defesa da reforma da Previdência e do pacote anti-crime de Sergio Moro, como se fosse porta-voz do governo e da emissora, quaisquer que fossem os sons e imagens das ruas.
Em diferentes pontos do país, repórteres declamavam o mesmo script global em favor das reformas e do governo.
Alguma coisa mudou depois do encontro da direção da Globo com o capitão presidente na última semana, no Palácio do Planalto.
Longe dali, num culto evangélico em Jacarepaguá, Bolsonaro orava e não parava de postar vídeos nas redes sociais, mostrando as “manifestações espontâneas”, com mensagens patrióticas para mobilizar sua tropa.
No final da tarde, até os repórteres globais já desanimavam de narrar as manifestações, mas continuavam repetindo os mesmos bordões.
Quinta-feira, 30 de maio, o povo volta às ruas. Contra o governo.
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Ricardo Kotscho é jornalista, no Blog do Kotscho.
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