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Redação

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20/05/2019 - 18h16

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20/05/2019 - 18h16

Empresas demitem 50% das mães até dois anos após fim da licença maternidade

Estudo da FGV mostra que quando trabalhadora torna-se mãe, empresas brasileiras enxergam como “perdas” que terão nos próximos anos.

 

Mães são vistas como “perdas” por muitas empresas

 Mães são vistas como “perdas” por muitas empresas

Estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que metade das mães que trabalham são demitidas até dois anos depois que acaba a licença, devido à mentalidade de que os cuidados com os filhos são praticamente uma exclusividade delas.

Trata-se de uma constatação estarrecedora. Mostra que quando uma trabalhadora engravida, para a maioria das empresas brasileiras é um fato ainda visto como “perdas” que terá nos próximos anos. O tempo passa, mas os empecilhos são os mesmos: receio de a mãe faltar ao trabalho, caso o filho passe mal; de ela pedir para chegar mais tarde para ir a uma reunião escolar; ou de se atrasar, devido à exaustão da rotina. 

Os benefícios da maternidade para as empresas e até para a economia do país, mesmo comprovados por diversos estudos, ainda são ignorados. Especialistas apontam que as mães são mais produtivas e flexíveis, porque as atividades neurais, ligadas à criatividade, aumentam durante a gestação. 

Além disso, o hábito de acumular duplas jornadas as deixam com maior capacidade de otimizar o tempo — tornam a vida das mulheres mais fácil no mercado de trabalho. Ainda assim, persiste o pensamento de que o empregador não suportará o tempo de afastamento, sem preencher aquela necessária vaga. Fora isso, há o temor de que o período em que fica com a criança a deixará desatualizada em relação à tecnologia, que avança rápido.

Pesquisa dos profissionais da Catho de 2018, com mais de 2,3 mil mães, afirma que 30% das mulheres deixam o trabalho para cuidar dos filhos. Entre os homens, esse número é quatro vezes menor: 7%. 

Mães chefes de famílias  

A influência das mulheres no mercado de trabalho é evidente. Entre 2005 e 2015, o número de famílias compostas por mães que sustentam suas famílias sozinhas subiu de 10,5 milhões para 11,6 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de lares brasileiros chefiados por mulheres cresceu de 23% para 40% entre 1995 e 2015, de acordo com a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, de 2017, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Assegurada por lei desde 1943, a licença-maternidade atendeu mais de 53 mil brasileiras em 2018, pelos dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. 

“Atualmente, o empregador é obrigado a conceder 120 dias, mas é possível estender até 180 para os que aderirem ao programa Empresa Cidadã, que gera benefícios fiscais para os contratantes”, conta o advogado João Badari, especialista em direito previdenciário do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.

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