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Redação

contato@acessepiaui.com.br

21/03/2019 - 17h51

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Redação

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21/03/2019 - 17h51

O que pode estar por trás da prisão do ex-presidente Temer?

A Lava Jato sofreu uma grande derrota no STF, quanto o Supremo repassou a justiça eleitoral os inquéritos envolvendo caixa dois.

 

Ex-ministro Moreira Franco e o ex-presidente Michael Temer

 Ex-ministro Moreira Franco e o ex-presidente Michael Temer

Circula nos bastidores que o juiz Marcelo Bretas pode ser candidato à prefeitura do Rio em 2020. Após Moro abandonar a carreira, o magistrado carioca parece estar com sede de assumir a liderança da operação pelo judiciário.

Claro que isso não tem nenhuma relação com a espetacular prisão preventiva de Temer, sem condenação ou trânsito em julgado, nem mesmo em segunda instância.

A Lava Jato sofre uma grande derrota no STF, que decide tirar das mãos da “Operação” e enviar para a justiça eleitoral os inquéritos relacionados aos fatos envolvendo a prática de caixa dois.

Enlouquecidos, Deltan”Torquemada” Dallagnol desfere ataques virtuais contra membros da corte, estimulando uma onda de milícias digitais que atuam no submundo da internet difamando e destruindo reputações. Alguns chegam a fazer ameaças físicas.

Como o STF reage? Sob protesto da ala “neoiluminista” e “neopositivista da corte, aliada da “República de Curitiba”, o presidente Dias Toffoli abre inquérito para apurar as origens do ataque. Quem estimula? Quem financia? Quem está por trás da desestabilização das instituições? Serão encontradas “pegadas” de Curitiba?

A Ordem dos Advogados do Brasil se pronuncia na defesa do inquérito e das instituições.

O “ex-todo-poderoso” Sérgio Moro vê o presidente da Câmara criar uma comissão com sete membros para avaliar seu projeto de combate ao crime organizado por 90 dias. Na prática, joga sua apreciação para o segundo semestre.

O Ministro da Justiça reage indignado e passa a provocar Maia, que responde chamando-o de “funcionário de Bolsonaro”, “que ele está trocando as bolas”, e fazendo pouco caso de seu projeto dizendo que ele é “um copia e cola” dos projetos apresentados pelo ex-ministro da justiça Alexandre de Moraes.

Qualquer recém-nascido com mais de cinco quilos filho de um esquimó da Antártida consegue perceber que é o pior momento vivido pela Lava Jato. Some a isso que Bolsonaro enfrenta uma queda de 15 pontos percentuais de popularidade em apenas 60 dias, um recorde histórico.

Está clara a necessidade de reagir? E a reação veio. Por coincidência, claro, sai da manga a prisão de Temer e de Moreira, por outra coincidência, sogro do “Botafogo”.
Ratificando: sem julgamento. Sem condenação. Sem trânsito em julgado. Nem mesmo em segunda instância.

Quem está comemorando a reação da “Operação”? Bolsominions que desviam o foco do problema central, a falta de projeto para retomada do crescimento no Brasil, e políticos oportunistas e perdidos da esquerda que, numa postura esquizofrênica, condenam ou comemoram as prisões ilegais, dependendo da filiação do preso.

A Lava Jato é um projeto de poder. Utiliza-se, em alguns casos, de problemas reais de nossa jovem democracia para, rasgando o Estado Democrático de Direito, pavimentar seu caminho para o poder.

A corrupção precisa ser enfrentada, claro. Mas vem sendo usada como pretexto para rasgar a constituição de 88 e implantar no país um estado de exceção. O alvo não é o fim da corrupção. A seleção dos presos é demonstração caba disso. O que eles buscam é o poder.

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Ricardo Cappelli é jornalista, especializado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Reproduzido do site Congressoemfoco. 

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