Durante entrevista para a Rádio Metrópole, de Salvador (BA), na manhã desta sexta-feira (18), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o início da caravana Lula Pelo Brasil, criticou a suspensão da entrega do título de Doutor Honoris Causa, que receberia hoje na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e disse estar emocionado com o carinho do povo baiano.
"Cada menino negro da Bahia que recebeu o seu diploma é o meu título de Honoris Causa. Já recebi o meu título pelos milhares de alunos negros que estão na universidade. E isso nenhum vereador ou juiz pode apagar", afirmou. "Se eu fosse um cara que tivesse um coração fraco, eu não sei o que teria acontecido comigo ontem. Foi muito forte, nunca vi tanto carinho e tanto afago comigo como o povo baiano demonstrou", lembrou o ex-presidente, emocionado.
Lula falou sobre o lançamento da terceira fase do Memorial da Democracia e reforçou a importância do museu virtual. "Quero recontar a história para que o povo saiba que esse país já foi melhor, mais otimista. Que nós já tivemos mais esperança", disse.
Durante a entrevista, Lula relembrou também as conquistas sociais dos governos petistas e disse estar preocupado com o que está acontecendo hoje no país. "Nós tiramos 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, beneficiamos 15,6 milhões de pessoas com o Luz Para Todos, demos aumento real acima da inflação para os trabalhadores e mais de 54 milhões de pessoas foram atendidas pelo Bolsa Família. Agora, o Brasil piorou em quase todos os indicadores sociais", pontuou o ex-presidente, que citou ainda os quase 14 milhões de desempregados no país.
Para Lula, o ódio da elite contra o povo é o principal responsável pelo desmonte das políticas sociais no Brasil. "Esse país tem uma elite política que nunca acreditou que o negro pudesse ser doutor. Mostramos para o povo que tem um degrau a mais para ele subir. E agora estão tirando esse degrau. Se eu for candidato, serei candidato para ganhar. Se não for, serei o cabo eleitoral mais valioso desse país".
Sobre a crise na Venezuela, o ex-presidente disse ser contra a ingerência dos EUA no país porque defende o autogerenciamento dos povos. "Que o Trump resolva os problemas dos americanos, ele que não venha perturbar a América Latina", reforçou.
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