Pouco depois das 10 horas, as senadoras Gleise Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ocuparam a mesa do Senado e conduziram a sessão por cerca de duas horas, abrindo o microfone da tribuna para protestos e denúncias da gravidade do erro que será a aprovação da Reforma Trabalhista. Nesse período, a maior parte da sessão foi conduzida pela senadora Fátima Bezerra.
O senador Eunício de Oliveira, presidente do Senado, por volta do meio-dia desta terça-feira (11) interrompeu a sessão que estava sendo presidida pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN).
Bastante irritado, Eunício arrancou o microfone da lapela do vestido da senadora e anunciou: - "A sessão está suspensa até que eu volte ocupar a cadeira da presidência". Imediatamente, a TV Senado interrompeu a transmissão ao vivo do plenário e passou a transmitir uma reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
Como a senadora Fátima Bezerra recusou-se a sair da cadeira que ocupava, Eunício determinou que todos os microfones fossem desligados e que as luzes do plenário fossem apagadas.
As senadoras resistiram à pressão dos parlamentares governistas e do presidente da Casa e pediram almoço. Sob um plenário escuro, as oposicionistas almoçaram na Mesa Diretora da Casa. O senador Paulo Paim (PT-RS) disse que tentaria um acordo com as senadoras, na tentativa de que elas deixem a mesa do plenário.
Paim, que é vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), tem promovido uma espécie de vigília contra a reforma trabalhista desde ontem (segunda, 10) no colegiado. O objetivo do senador petista é promover um acompanhamento da discussão e de como os senadores se posicionarão na votação de hoje. O senador petista é um dos mais ativos oposicionistas na luta contra a reforma.
O senador Telmário Mota (PTB-RR) defendeu as senadoras e ressaltou que o plenário, açodadamente, quer entrar em votação a todo custo. “O povo brasileiro paga uma fortuna para esse Senado existir. O Senado não tem direito de debater uma reforma dessa magnitude, que envolve todos os trabalhadores e na CLT mais de 100 itens, é no mínimo querer fazer as coisas às escuras. Eu sou a favor que abra tudo e que amplie os debates”, ressaltou. De acordo com Telmário, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) foi escalado para negociar com as senadoras e com Paim.
Desde que suspendeu a sessão, o senador Eunício Oliveira se reúne com senadores de vários partidos da base em busca de uma solução para o impasse. Umas das alternativas é a transferência da sessão para o Auditório Petrônio Portela, também, no Senado. No entanto, um grupo de sindicalistas protesta no local contra a reforma e contra o governo Michel Temer.
Após de passar por três comissões, a reforma trabalhista entrou na pauta do plenário em regime de urgência. Antes, a matéria passou pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Assuntos Sociais (CAS, onde foi rejeitada) e de Constituição e Justiça (CCJ).
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