O segundo dia do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma/Temer foi marcado, a exemplo de ontem, pelos embates entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o relator do processo, Herman Benjamin. Os dois se estranharam em diversos momentos na sessão iniciada nesta terça-feira (7) às 9h10 e suspensa às 13h10.
A inclusão de depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, do ex-ministro Guido Mantega e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura na ação, defendida por Herman Benjamin, foi contestada por Gilmar. Houve troca de ironia e interrupções abruptas entre o presidente do TSE e o relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma/Temer.
Segundo o relator, Herman Benjamin, as ações do PSDB já acusavam a chapa de 2014 de ter recebido dinheiro irregular de empreiteiras investigadas na Lava Jato e pediam também acesso aos documentos da investigação de Curitiba.
"A Odebrecht foi uma parasita da Petrobras. O maior parasita da Petrobras foi a Odebrecht, por meio da Braskem. Portanto é absolutamente descabido se dizer da tribuna, com todo o respeito, que a Odebrecht não tem a ver com a Petrobras. Tem tudo a ver. A Petrobras se transformou em um veículo para a Odebrecht alcançar objetivos de natureza privada espúrios. Isso é dito claramente nos depoimentos. Mais até do que as outras empresas listadas na petição inicial, nenhuma parasitou mais essa grande empresa pública do que a Odebrecht", disse Benjamin.
Ontem, Gilmar pediu “moderação” a Herman com a “intervenção indevida no processo democrático” e declarou que a Justiça eleitoral no Brasil cassa mais que no tempo da ditadura. “Nós temos que ser cuidadosos em tudo que diz respeito à soberania do voto popular, tanto para resguardá-lo, quanto para impugná-lo quando ele está eivado de irregularidades”, rebateu o relator. O julgamento será reotmado amanhã às 9h.
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