Dono da sexta maior bancada no Congresso, o PSB confirmou no final de semana, por unanimidade, o desembarque do governo Michel Temer. O partido do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, decidiu romper com o presidente, passar à oposição e pedir a renúncia do peemedebista. A legenda tem 35 deputados e 7 senadores. O PSB também resolveu apoiar a proposta de emenda à Constituição do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que prevê eleição direta em qualquer hipótese, para a eventual substituição de Temer.
A decisão foi divulgada após reunião da Executiva Nacional em Brasília. A direção espera agora que o ministro Fernando Coelho Filho entregue o cargo. O pai dele, o senador Fernando Coelho (PE), que integra a Executiva, não participou da reunião. O PSB é o terceiro partido a deixar a base governista desde que foram revelados trechos da delação de dirigentes do grupo JBS. O Podemos (ex-PTN) e o PPS, com bancadas menores, também já deixaram Temer.
Ex-governador do Espírito Santo, o secretário-executivo do partido, Renato Casagrande, afirmou que não há outro caminho para o ministro a não ser deixar o governo imediatamente. “O convite a ele (para o ministério) foi pessoal. O PSB nunca fez indicação de ministério. Não o vetamos, mas não fizemos essa indicação”, disse Casagrande ao Congresso em Foco. Segundo ele, o comando partidário não chegou a discutir uma punição caso Fernando Coelho Filho, que é deputado federal, não deixe a pasta. “O presidente Michel Temer não tem mais condições de continuar no cargo”, acrescentou.
O apoio a Temer sempre dividiu o PSB. O presidente do partido, Carlos Siqueira, defende há meses o rompimento com o governo. A legenda chegou a fechar questão contra as reformas da Previdência e tributária na Câmara. Mas a orientação acabou contestada por parte da bancada de deputados, quase metade deles votou a favor das mudanças na legislação trabalhista.
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