A Executiva Nacional do PT decidiu, nessa quarta-feira, 04/03, em Brasília, recomendar às bancadas do partido no Congresso, em conjunto com aliados, que apresentem uma proposta de emenda à Constituição para convocar novas eleições para a Presidência da República. “A solução para a crise política, econômica, moral, social e cultural exige um governo que tenha legitimidade e credibilidade, um governo eleito democraticamente. Diretas Já! É o que o povo clama e espera de nós”, afirma a resolução aprovada pelo comando partidário.
A posição foi confirmada pelo partido três dias após a publicação de pesquisa Datafolha que apontou que 85% dos brasileiros defendem a realização de eleições diretas no caso da cassação da chapa encabeçada por Dilma e Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O partido defende ainda o “apressamento” da reforma política, proposta relatada na Câmara pelo deputado petista Vicente Cândido (SP). De acordo com a resolução, vários pontos do relatório de Cândido contemplam já defendidos pelo PT. “É preciso focar nos pontos consensuais e buscar alianças no Congresso para tentar aprová-los rapidamente”, diz o texto.
Para a Executiva, é preciso focar nos seguintes itens da reforma:
- instituir o financiamento público através de um fundo eleitoral (distinto do fundo partidário);
- debater o atual sistema eleitoral, propondo a votação em listas partidárias – transparentes e democraticamente ordenadas –, evitando as tentativas de impor o chamado distritão, e
- fim das coligações proporcionais.
Com o sistema de lista partidária, o eleitor votará no partido, e não mais no candidato, nas eleições para deputado. Serão eleitos os primeiros da lista, previamente definida pelas legendas. O documento ainda faz referência à libertação do ex-ministro e ex-presidente do partido José Dirceu e cobra que o mesmo critério seja adotado pela Justiça em relação ao ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, também preso e condenado na Lava Jato. “O PT saúda a decisão que liberou o companheiro José Dirceu, preso injustamente, e espera que a mesma se estenda ao companheiro João Vaccari.”
Na resolução, a Executiva também classifica a greve geral da última sexta-feira (28) como “a maior paralisação das últimas décadas no Brasil”, “um marco histórico na luta contra o governo usurpador e seus ataques aos direitos sociais e trabalhistas”. O texto também faz uma série de críticas a Temer e aos veículos de comunicação. E defende o ex-presidente Lula.
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