Centrais sindicais e movimentos sociais se unem para um grande Dia Nacional de Paralisação e Mobilização contra a reforma da Previdência e as reformas que retiram direitos dos trabalhadores, nesta quarta-feira (15), em várias cidades do país. Devem participar trabalhadores dos setores de transporte, bancários, trabalhadores da educação, químicos, metalúrgicos e funcionários públicos.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e representante da Frente Brasil Popular, são esperadas mais de 100 mil pessoas apenas no ato da Avenida Paulista, marcado para começar no MASP. De acordo com Roberto Leão, da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação (CNTE), mais de 1 milhão de profissionais da área devem parar em todo o país.
Em coletiva de imprensa nessa terça-feira (14) no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo, Douglas Izzo, afirmou que esta quarta será “um grande dia, de paralisação e grande mobilização”. “Vamos colocar como eixo central as reformas trabalhista e da Previdência”. Ele afirma que o desmonte da Previdência inviabiliza a aposentadoria, por conta da imposição de idade mínima e de 49 anos de contribuição. Para ele, “esse governo não apresentou nenhuma medida de crescimento econômico ou geração de emprego”.
O coordenador da CMP lembrou que os atos vêm em um momento no qual “o governo sofre constante ameaça, até de cassação”. Para ele, o golpista Michel Temer promove um governo que vive uma crise econômica e social sem precedentes, um governo de baixa popularidade, atolado até a medula em corrupção, com uma pauta de restauração do neoliberalismo. “Acho difícil que esse governo sobreviva até 2018”, avalia.
Edson Carneiro Índio, que representou a Frente Povo sem Medo, relembrou que este ato vem na sequência de intensas mobilizações, como os atos de mulheres no dia 8 de março e uma luta vitoriosa do MTST. “O Brasil vai parar em defesa da aposentadoria e dos direitos trabalhistas”, afirmou. Para Índio, “o desmonte prejudica o conjunto dos trabalhadores para beneficiar os bancos. É importante dialogar com a população e demonstrar que não apenas os trabalhadores serão prejudicados, mas também os pequenos municípios que dependem da renda que vem da seguridade social”.
O dirigente da CNTE afirmou que “esse desgoverno propõe um desmonte do Estado Brasileiro”. Ele explica que “a previdência não pode ser analisada individualmente, mas como parte da seguridade social e esse é um orçamento que não é deficitário”. Leão afirma que para os trabalhadores da educação, a paralisação desta quarta dará início a uma greve cuja duração será decidida em assembleias em todo o país.
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