Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil 400 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno mental. Nesse contexto, o suicídio tem se destacado como um grave e crescente problema de saúde pública, estando entre as dez principais causas de morte na população mundial de todas as faixas etárias.
Tendo isso em vista, dentro das políticas da Rede de Atenção Psicossocial, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí tem realizado ações de conscientização para as questões que envolvem a saúde mental. Uma delas é a elaboração, em parceria com outras instituições, do plano de ação para prevenção do suicídio que visa à sistematização e organização do fluxo de atenção e cuidado à saúde do paciente em risco de suicídio, buscando a redução desse agravo de saúde.
Realidade no Piauí
O Piauí, segundo dados do Ministério da Saúde, mostrou-se com uma taxa bruta de mortalidade por suicídio a cada 100 mil habitantes superior à do Brasil. Enquanto a taxa do Estado é de 7,6, a do país é de 5,3. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria de Estado da Saúde apontam que nos anos de 2015 e 2016 foram registrados 541 óbitos por suicídio no Estado. A notificação das tentativas de suicídio também vem aumentando em todos os anos, em 2015 foram 603 tentativas, já no ano seguinte foram 724, totalizando 1.327 casos. A faixa etária com maior número de óbitos por suicídio está entre 20 e 29 anos. Além disso, Teresina ocupa o 1º lugar entre as capitais brasileiras no número de suicídios, levando-se em conta todos os habitantes, e em 2º lugar na população jovem entre 15 e 24 anos.
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O plano prevê medidas como campanhas educativas, ações de promoção em saúde e prevenção de danos, reforçando a ação da atenção primária, visando o fortalecimento e a melhoria da qualidade de vida dessa população. Além disso, o secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa, instituiu o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Prevenção ao Suicídio (GTI), composto por equipe multiprofissional e interinstitucional para realização de debates constantes acerca do tema e vigilância das ações.
Uma das principais estratégias adotadas, como explica o secretário Francisco Costa, é “trabalhar a prevenção do suicídio logo na atenção básica, sensibilizando as equipes de Estratégia da Saúde da Família e capacitando os agentes comunitários de saúde para que eles estejam aptos a identificar pessoas com comportamentos autodestrutivos e fazer os encaminhamentos necessários para o tratamento adequado”.
Outra ação é a elaboração de um aplicativo como ferramenta que permita os professores, no âmbito da educação tanto no nível fundamental, médio como no superior, detectarem precocemente pessoas com sofrimento psíquico que podem levar ao suicídio. O Estado também irá fomentar pesquisas científicas junto ao grupo de estudo sobre prevenção ao suicídio nas Universidades e Faculdades.
Como dispositivos de assistência, o Estado oferece gratuitamente acesso a hospitais, centro de acompanhamento e programas de cuidados em Saúde Mental. Atualmente, o Piauí possui 62 Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) e implementou leitos psicossociais na rede hospitalar.
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