O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) registrou, de janeiro a outubro deste ano, 188 trotes, chamadas para ocorrências falsas, através do número 192, disponibilizado para que a população ligue em caso de urgência e emergência médica. O uso de maneira inadequada prejudica o serviço.
Os relatórios do Setor de Estatística do órgão indicam que os profissionais atendem em média 100 ocorrências por dia. Eles realizam todos os procedimentos de acordo com as orientações que recebem, via rádio, dos médicos reguladores.
Segundo o diretor geral do SAMU, Marcelo Benicio, esse quantitativo de trotes representa 1% de todas as chamadas recebidas. “Apesar do percentual ser baixo, os trotes causam prejuízos irreparáveis ao nosso trabalho de salvar vidas. Nós temos que nos deslocar até o local, o que requer gasto com combustível, além disso toda a equipe, que se prepara para o atendimento, é frustrada ao saber que aquele evento relatado não ocorreu. A comunidade também sofre com os falsos chamados porque aquela ambulância deixa de atender um caso real, de pessoas que efetivamente necessitam do serviço”, disse.
A enfermeira do SAMU, Tânia Furtado, relembra uma ocasião em que a sua equipe foi deslocada em razão de um falso chamado. “O solicitante relatou muito bem que tinha ocorrido grave acidente de carro e moto, com duas vítimas politraumatizadas, sendo uma criança. A equipe saiu preocupada, já separou o material necessário para prestar um atendimento rápido e eficiente. Quando a gente chegou ao local informado, não tinha nenhum movimento de curiosos, a rua estava tranquila e só encontramos pessoas bebendo”, afirma.
Segundo a profissional, naquele dia toda a equipe tinha se mobilizado para o atendimento e que o sentimento decorrente do trote foi o de frustração. “A gente se sente frustrado, patético e sente raiva também porque nos fizeram de bobos. Uma ambulância de suporte avançado foi deslocada sem necessidade, profissionais ali dentro estavam preocupados, gastamos combustíveis, separamos material, perdemos tempo, quando podíamos estar atendendo outra pessoa que estivesse realmente precisando. Isso pode causar mortes”, conclui.
O SAMU é um programa do Governo Federal, administrado pela Prefeitura de Teresina e que presta socorro a pacientes em caso de urgência e emergência. Atualmente, dispõe de oito ambulâncias básicas, três avançadas e motolâncias, que são motos pilotadas por técnicos de enfermagem.
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