Uma das expressões culturais mais significativas de um povo, o artesanato é fonte de renda para centenas de pessoas em Teresina. Para valorizar o trabalho desenvolvido por grupos, associações, cooperativas e núcleos de produção artesanal, mensalmente são realizadas feiras de Economia Solidária em pontos estratégicos do centro da cidade, a exemplo da Rua Climatizada e Praças Rio Branco e João Luís. A edição deste mês teve início ontem (04) e segue até sexta-feira (07), contando com o apoio da Prefeitura de Teresina.
A bordadeira Joana Pereira é uma das quase cem pessoas que participam desses espaços de comercialização e divulgação da produção artesanal da cidade. Ela integra o Grupo de Mulheres Bordadeiras do bairro Parque Piauí (GMBPAPI), na zona Sul, que há 26 anos trabalha com a confecção de diversos tipos de bordados, sendo o bainha aberta o principal deles.
“Aqui é um espaço muito importante para divulgar nosso trabalho e proporcionar a geração de renda para as vinte mulheres do nosso grupo. Participamos todos os meses, porque também é uma maneira de melhorar a nossa autoestima, fazendo a gente se sentir mais capaz, mais emancipada, empoderada. Além disso, é a partir daqui que surgem muitas das encomendas que recebemos. Temos encomendas para entregar até o final do ano”, relata, entusiasmada, a bordadeira Joana, que há 30 anos se dedica a esse trabalho manual.
Além dos bordados, nessas feiras é possível encontrar diversas tipologias do artesanato local, como tecelagem, cerâmica, crochê, biojóias, brinquedos em madeira e pano, peças em fibra e biscuit.
Para a edição deste mês, a artesã Monikele Coutinho produziu diversas peças voltadas para o público infantil, pensando justamente no Dia das Crianças. Ela, que trabalha há 9 anos com a criação de bonecas e outros brinquedos de pano, afirma que o espaço da feira na Rua Climatizada tem contribuído para divulgar ainda mais seu trabalho e, consecutivamente, sua renda.
“Há três anos participo dessa feira e considero que é uma oportunidade muito boa para eu divulgar o meu trabalho e conseguir uma renda. Nesse mês fiz diversos produtos para o público infantil e está sendo bem aceito”, conta a pequena produtora, que diz ser feliz com a profissão.
Além do incentivo à comercialização, esses pequenos produtores também recebem apoio no aspecto da produção, através de consultorias para melhorar e desenvolver novos produtos, e também no âmbito do microcrédito, por meio do Banco Popular, que dispõe de linhas de crédito para capital de giro e máquinas e equipamentos.
Todo esse suporte se dá através da Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest). De acordo com o gestor da pasta, Olavo Braz, essas três formas de apoio são fundamentais para a sustentabilidade dos grupos.
“A Semest foi criada em 2013 com a proposta de dar um apoio mais consistente para os grupos de pequenos produtores de Teresina. Esses aspectos da produção, comercialização e microcrédito são essenciais para que eles se mantenham. Então é nosso papel fazer com que isso aconteça, sobretudo porque eles contribuem de modo significativo para abastecer o mercado local, movimentando a Economia Solidária e Criativa da cidade”, destaca o secretário.
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