A senadora Regina Sousa (PT-PI) disse que não vê a presidente afastada Dilma Rousseff como ré no processo de impeachment, mas sim como vítima. Para a senadora, a presidente está sendo vítima dos “maus perdedores” das eleições presidenciais, de membros do Tribunal de Contas da União, de integrantes do Congresso, da grande mídia e da “falsidade de aliados” que participaram do governo Dilma.
“A senhora é vitima de Eduardo Cunha, por não ceder às chantagens. A senhora está sendo julgada pelo que não fez, não cedeu, se tivesse cedido não estaria aqui. E Cunha será premiado pelo papel que desempenhou na farsa”, disse a senadora.
Regina Sousa afirmou ainda que Dilma também está sendo vítima de “machismo, patriarcado e colonialismo”.
“Com o seu impedimento, eles nos dizem: ‘mulher não pode’, ‘precisa de permissão’ ou ‘aí não é o seu lugar’. A senhora, minha presidente, é a antissinfonia do concerto da orquestra oficial. A senhora desafinou quando ousou ser eleita presidenta da República, sendo mulher, de esquerda, militante contra a ditadura e sem marido para pousar ao seu lado na fotografia. Ainda que não belo, recatado e do lar. A senhora não cabe no modelito desenhado pela elite conservadora desse país”, afirmou Regina Sousa.
Em seguida, Dilma concordou existirem componentes misóginos e de preconceito contra mulheres nas acusações que pesam sobre ela.
“A minha vida me ensinou. É por isso que eu sou a mesma mulher que resistiu à ditadura. Aprendi que nós não temos outra hipótese a não ser entender que o que fala João Guimarães Rosa, dizendo que a vida requer da gente é coragem, talvez seja a maior verdade para a vida pessoal e política”, afirmou Dilma.
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