As pesquisas com a plataforma de programação Arduíno vêm ganhando espaço por conta das inúmeras possibilidades de aplicabilidade dessa ferramenta. Na Universidade Estadual do Piauí (Uespi), o curso de Computação desenvolve pesquisas na área há pouco tempo, mas já é possível perceber importantes resultados. A prova disso é o projeto de drone (veículo aéreo não tripulado e controlado remotamente que pode realizar inúmeras tarefas), desenvolvido por Cláudio Mendonça Barbosa, aluno do curso de Computação da Uespi - Campus de Piripiri.
O Arduíno é uma plataforma eletrônica utilizada para o desenvolvimento de objetos interativos independentes, como drones, e de outras ferramentas acessíveis, com baixo custo. O professor do curso de Computação da Uespi, Campus Piripiri, José Vigno, vem estudando a possibilidade de aplicação das funções oferecidas pela plataforma desde o ano de 2013, por meio de um grupo do qual participa Cláudio Mendonça. Os dois trabalham no projeto desde o início das atividades do grupo de estudo com o objetivo de produzir um veículo aéreo não tripulado que venha a desempenhar melhor algumas atividades no setor agrícola, setor de grande importância econômica para o município de Piripiri.
“A aplicação dele se dá no processamento de imagens: captura de fotos aéreas, realização de uma análise para estabelecer algum parâmetro ou localizar algo que a olho nu não seria possível com tanta precisão. O objetivo específico consiste em melhorar a qualidade das plantações, busca de gado perdido, demarcação de território e segurança em geral”, explicou Cláudio.
A possibilidade de se obter um bom retorno financeiro com a ideia é muito grande, já que a utilização de drones no setor agrícola no Brasil cresce bastante pelo fato de possibilitar aumento na produtividade e redução nos custos da agricultura.
De acordo com o Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da USP (ICMC-USP), o uso das informações coletadas por Vants (veículos aéreos não tripulados) permite um acréscimos de 15% a 20% na produção agrícola. Entre as principais vantagens apontadas pelo estudo, está uma maior e mais rápida detecção de áreas improdutivas, o que possibilita a adoção de estratégias de intervenção e otimiza o uso de insumos, possibilitando também ações pontuais de recuperação de lavouras.
O trabalho ainda é um protótipo acadêmico em fase de desenvolvimento. A perspectiva é de que seja concluído em um prazo de dois anos, para que logo após possa ser patenteado e lançado no mercado. Segundo o professor Jose Vigno, a pesquisa desenvolvida por Cláudio estimulou outros alunos. “É impressionante como a fabricação do drone estimulou os demais alunos do curso na pesquisa. Com isto, alunos dos primeiros períodos estão interessados nessa linha de pesquisa e empolgados com o que podem aprender e desenvolver no decorrer do curso, pois existem diversos processos que podem ser automatizados na sociedade com a plataforma Arduíno”, disse Vigno.
“A importância deste projeto para a universidade e para o curso é muito grande. Com mais investimentos para pesquisas, será possível aplicar os conhecimentos de desenvolvimento de software e hardware em mais produtos para a sociedade. Além disso, poderemos alavancar o desenvolvimento econômico na região de Piripiri”, finalizou Jose Vigno.
As pesquisas para aprimoramento do produto continuarão a ser realizadas pelo grupo de trabalho voltado ao estudo da plataforma Arduíno, coordenado pelo professor Jose Vigno. Os resultados encontrados na realização do projeto do drone serão compartilhados posteriormente em eventos científicos da área da Computação. Cláudio também pretende apresentar o projeto como Trabalho de Conclusão de Curso.
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