Comumente utilizado em países do Oriente como China e Índia, o feijão da espécie Canavalia ensifolia tem potenciais para enriquecer a dieta humana e animal, além de favorecer nutricionalmente o solo com o aumento da taxa de nitrogênio, contribuindo para posteriores plantios. Iniciada recentemente, a pesquisa sobre o feijão é desenvolvida pelo Prof. Dr. Francisco Rodrigues Leal, coordenador do Núcleo de Plantas Aromáticas e Medicinais (NUPLAM), da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O feijão recebeu o apelido de “feijão mata-fome” em decorrência da alta produtividade e pouca necessidade de água, se adequando aos ambientes áridos. A espécie chega a produzir em torno de 7 mil quilos a mais por hectare em comparação ao feijão comum, Phaseolus vulgaris. O “feijão mata-fome” se diferencia pela vagem maior que a das outras espécies e caroço massivo. A planta pertence ao gênero Canavalia, que consiste em vegetais leguminosos, abrangendo em torno de 75 espécies, entre elas a conhecida popularmente como feijão-de-porco, Canavalia ensiformis.
Coordenador do NUPLAM, Prof. Dr. Francisco Rodrigues Leal | ||||
Segundo o Professor Francisco Leal, a ideia de pesquisar a espécie de feijão surgiu em uma viagem realizada à cidade de Picos. “O tamanho da vagem me chamou atenção e, principalmente, a sua forma de cultivo. O plantio é feito como o feijão comum, ou seja, plantando diretamente na cova ou fazendo uma muda, que irá germinar em uma bandeja. Então, decidi trazer à universidade, e algum tempo nós ficamos apenas em processo de observação. Do período de análise até o presente momento, foi possível notar que a cultura não demanda grande quantidade de água e possui um ciclo de reprodução longo, caracterizado como semi-perene, com duração de um ano”, afirmou.
Considerando o “feijão mata-fome” promissor, o professor do Programa Terceira Idade em Ação (PTIA-UFPI), Paulo Roberto Lima, encaminhou amostras do feijão para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). “O meu objetivo em levar as sementes para a equipe da EMBRAPA responsável por estudar feijão, foi trabalhar a possibilidade de enriquecer outras espécies, por meio de cruzamentos genéticos. A partir de então, quem sabe aumentar a resistência e a produtividade do nosso feijão comum”, destacou.
Em decorrência da alta produtividade, o feijão poderia atender comunidades carentes assoladas pela seca, ou por outros problemas de ordem social. “Além de ser útil na alimentação humana, o feijão pode ser utilizado como fonte de nutrição animal, em especial à criação bovina. “Nós chamamos esse incremento como banco de proteína. O feijão seria misturado com o capim, tendo em vista fortificar a alimentação, tornando o animal mais forte e sadio”, comentou o Prof. Me. Paulo Roberto.
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