Movimentos populares, trabalhadores do campo e da cidade e organizações estudantis e da juventude realizam protestos nesta quarta-feira (16) contra o golpe, o ajuste fiscal e a permanência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara dos Deputados. Eles também pedem mais direitos e respeito à democracia. Ato ocorre em 70 cidades de 26 estados do país.
Em São Paulo, movimentos sociais e sindicais se concentraram no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Intersindical, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras organizações, participaram.
O secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy (PT), e o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha (PT), participaram do ato na região da Avenida Paulista. Manifestantes chegaram à Praça da República por volta das 19h40. A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes, mas milhares de pessoas fecharam a pista sentido Paraíso/Consolação da Avenida Paulista. A CUT falou que há 100 mil pessoas no ato em São Paulo, e a Secretaria da Segurança Pública falou em 3 mil.
De acordo com Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, o ato ocorre em 70 cidades de 26 estados. Em São Paulo, a ideia dos movimentos sociais e entidades sindicais é fazer uma caminhada até a Praça da República, no centro da capital paulista. Os manifestantes aguardam no vão-livre do Masp o início do ato político.“É um ato cívico, um ato em defesa da democracia, em defesa da cidadania e da liberdade, pelo fora Cunha e pela mudança da política econômica”, disse Freitas.
Na capital de Minas Gerais, manifestantes queimaram caixões simbólicos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do senador Aécio Neves. Dólares impressos com o rosto de Cunha foram colados. De acordo com números da PM, cerca de 5 mil pessoas participam do protesto, mas a organização falou em 20 mil manifestantes.
Em Marabá, no Pará, o movimento reuniu cerca de 300 pessoas em passeata, com faixas e bandeiras, do Ginásio Municipal até a sede da prefeitura.
Em Brasília, um carro de som anunciou pedido de afastamento do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e gerou comemoração entre os manifestantes. A marcha seguia em direção ao Congresso Nacional por volta das 20h.
O presidente da CUT estima que 50 mil pessoas devam participar da manifestação. “O Brasil precisa de tranquilidade para construir um projeto de desenvolvimento. Nossa agenda não é do impeachment e da Lava Jato. É da mudança da política econômica e da construção de um projeto de desenvolvimento”, acrescentou.
Em Roraima, houve concentração na praça do Centro Cívico, com a participação de cerca de 100 pessoas, sem policiamento no local.
Para o presidente da CUT, esta é a primeira vez, desde o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, que os movimentos sindicais e sociais se unem. “Toda vez que a democracia e os direitos dos trabalhadores estão em risco, as centrais sindicais e movimentos sociais brasileiros têm cumprido seu papel de se juntar e fazer a defesa desses direitos. Acho que é a maior ação coletiva das centrais e dos movimentos sociais desde o impeachment do Collor. E isso se deve ao Cunha, que unifica todos contra ele”, disse à Agência Brasil.
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