A senadora Regina Sousa (PT-PI) registrou, em discurso no Senado, manchetes de vários jornais e revistas de 1996 a 2000: "Gasolina tem terceiro reajuste em 35 dias", "País tem 50 milhões de indigentes, diz Fundação Getúlio Vargas", "Crise energética maior já vista no Brasil", "Brasil tem segundo maior risco-país do mundo", "Brasil é o segundo do mundo em desemprego", "Deputado conta que votou pela reeleição por 200 mil", "Dólar tem nova subida e fecha a 3,76", "FMI receita ajuste doloroso ao Brasil".
Regina disse que “neste tempo de impeachment ou golpe, o que queiram – a liberdade permite que cada um chame como quiser –, há algumas coisas que a gente precisa refletir na história, até porque esses meninos que estão aí nas ruas, com 25, 30 anos, há 15 anos, tinham seus 15, 12 anos. Então, não sabem o que foi a receita que se viveu neste País, que a gente chamava de neoliberal”.
A senadora chamou a atenção também para trechos do livro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde ele confessa que sabia da corrupção na Petrobras desde o início do seu governo. “Nas Confissões de FHC, ou O Diário da Presidência, ele disse que sabia do esquema da Petrobras, que chamava de "bandalheira". E fez o quê? É importante que todo mundo leia esse livro. Diz ainda que foi pressionado pela Globo para vender a Vale e que aconselhou empresários a como comprar a Vale. Imagine um Presidente da República aconselhando um empresário – e diz até o nome de um, Antônio Ermírio de Moraes – a comprar uma empresa brasileira. O que aconteceria com esse Presidente se fosse agora, neste momento?”, indagou a senadora.
A senadora piauiense relembrou também que o governo de FHC fazia “pedaladas fiscais” com dinheiro do Banco do Brasil e nunca foi condenado por isso. “Queria falar ainda sobre o setor bancário, porque eu sou bancária. Eu vi, e não tinha o nome de pedalada, não. Mas eu era do Banco do Brasil, e havia uma conta chamada "Conta Movimento", em que o Governo metia a mão na hora em que queria. Tivesse fundo ou não tivesse fundo, ele metia a mão quando queria. Foi uma das grandes lutas, como sindicalista, para acabar essa conta. Que o Governo botasse dinheiro no banco para depois usá-lo. E isso não aconteceu.
Regina Sousa afirmou que o retrospecto da história é fundamental para que os jovens de hoje conheçam nossa história recente. “Alguns podem dizer que estou olhando no retrovisor, mas às vezes é preciso olhar, até porque muita gente que está embarcando na onda não conhece a história e não sabe o que se viveu. Ninguém deve acreditar que, se se fizer o impeachment, no dia seguinte estará tudo maravilhoso”.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.