Com as temperaturas cada vez mais elevadas em Teresina e a promessa dos próximos meses serem ainda mais quentes, com os termômetros chegando facilmente a 40%, as principais vítimas são as gestantes e crianças que sofrem com o desconforto das altas temperaturas, situação que preocupa obstetras da cidade.
As gestantes que já sofrem com os inchaços nas pernas, pés e mãos, levando a sentirem mais calor, chegam a passar mal devido a elevada temperatura. O obstetra David Batista explica que geralmente nos últimos meses do ano, o sol é mais forte e as gestantes chegam a procurar mais as maternidades. “Consideramos os meses de novembro e dezembro os mais quentes do ano e como na gestação a temperatura corporal da mulher se eleva em aproximadamente meio grau, ocasiona assim, um calor excessivo gerando incômodos e transformando pequenos desconfortos em imensa perturbação, fazendo com que elas busquem mais as maternidades”, alerta o obstetra David Batista.
David Batista que também é diretor de uma maternidade particular da cidade, acredita que a busca de gestantes nesse período de B-R-O BRÓ, pelas maternidades aumenta em 10%. “O calor corporal eleva tanto que muitas buscam uma consulta acreditando que é um problema hormonal”, explica.
A gestante Maria Cândida, de 31 anos, conta que desde o início de setembro já vem sofrendo com as altas temperaturas e busca meios alternativos para diminuir o calor. “Já estou com 6 meses, me sinto inchada e com muito calor, aí busquei tomar mais líquido, comer frutas e alimentação mais leve. Sem contar que sempre busco locais com ar condicionado. Cheguei também a ir no obstetra porque me sentia muito mal, principalmente a tarde quando o calor aumentava, sentia uma sensação de desmaio e queda de pressão”, conta.
Uma das recomendações para evitar essa sensação de desmaio e queda de pressão nesse período é o aumento do consumo de água. David explica que embora o calor reduza a vontade de comer, deve continuar a levar uma dieta equilibrada e cobrir as necessidades alimentares consumindo umas 2000 calorias diárias: 1100 precedentes de glícidos, 600 de gorduras e 300 de proteínas, divididas em seis refeições por dia.
“Opte por saladas com massas, verduras e, sobretudo, muita fruta. As grandes refeições obrigam o organismo a trabalhar mais e durante mais tempo, o que acabará por gerar mais calor. Escolha alimentos ricos em fibra, especialmente verduras e frutas frescas. Para além disso se têm um alto conteúdo em líquidos a combinação será perfeita. A água é a melhor alternativa, mas também os o são os sumos de fruta, o leite ou as bebidas isotónicas com grande capacidade de hidratação. Estas têm na sua composição um alto conteúdo de sódio, glicose, potássio e outros minerais que favorecem a absorção da água”, acrescenta o especialista.
A gestante Breda Sousa que também está no sexto mês de gestação reclama que nesse período a pior sensação é na hora de dormir, já que o calor incomoda bastante. “Fico sem fôlego de tanto calor, tem dias que durmo com uma toalha molhada no corpo para baixar a temperatura”, conta.
O especialista recomenda que as futuras mamães se protejam com um boné, com um chapéu-de-sol e utilizar um creme de proteção solar alta. “As alterações hormonais da gravidez podem escurecer a pele à volta do nariz e da boca (cloasma). Para evitar que essas manchas da cara se acentuem mais é fundamental aplicar creme meia hora antes de sair à rua e ingerir bastante água”, completa.
Mas o calor também pode trazer benefícios ao bebê. Segundo um estudo feito pela Universidade de Bristol, os bebês que nascem no fim do verão são mais altos e têm os ossos maiores. Isto deve-se ao aporte de vitamina D, que o sol produz, recebido pela mãe.
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