Attalea ssp. mais conhecida como babaçu é uma nobre palmeira que se concentra, principalmente na região conhecida como Mata dos Cocais (transição entre a vegetação da Caatinga, Cerrado e Amazônia). A árvore que é encontrada em abundância no Piauí, é fonte de renda para centenas de famílias que dependem da coleta dos frutos. Foi com a proposta de potencializar o aproveitamento dos recursos do coco babaçu, que o Professor Tiago Ribeiro Patrício iniciou o Projeto Babcoäll. A ideia foi acolhida em abril de 2014 pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica em Agronegócios (INEAGRO), da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Apesar de existir a pouco mais de um ano, as pesquisas com o coco babaçu aconteceram no período de 2008 a 2013, por meio do Projeto Geração de Novas Tecnologias (GERATEC), conduzido por pesquisadores da UFPI, UESPI e IFPI. "O projeto foi inspirado na Cadeia do mel, da região de Picos, e também na cadeia da Castanha do Brasil, nos estados do Amazonas e Pará. Quanto ao nome escolhemos a influência da língua alemã para chamar a atenção da população piauiense. O nosso objetivo é aproveitar ao máximo os recursos do coco babaçu, como também trabalhar a relação entre famílias rurais e indústria", comenta o coordenador, Prof. Tiago Patrício.
Amostra de produtos oriundos do coco babaçu (Foto: Ascom/UFPI)
O coco babaçu possibilita o aproveitamento da parte superior até o seu conteúdo interno. O epicarpo corresponde à primeira camada, ou seja, a casca, e resulta em 13% do volume do corpo, e pode ser utilizada na produção de uma manta fibrosa. Adentrando um pouco mais, localiza-se o mesocarpo, o mesmo é uma rica fonte de ferro, sendo utilizado na produção da farinha amilácea, isto é, rica em amido e com baixo teor glicêmico e sem glúten. Após o mesocarpo, encontra-se o endocarpo, essa parte corresponde a 60% total do volume do babaçu. O endocarpo é a parte mais rígida e pode ser utilizado na queima industrial. Essa camada resulta em uma biomassa limpa que não oferece risco de poluição ambiental. E por fim, as amêndoas, a parte mais conhecida do coco babaçu pode ser amplamente utilizada na produção de óleos e azeites.
Atualmente o Projeto Babcoäll mantém vínculo com quatro comunidades rurais: uma no município de Miguel Alves, uma em União, e duas em Teresina, sendo na Taboca do Pau Ferrado e a outra na Usina Santana. "Nós buscamos trabalhar não só com as comunidades que existe a figura da quebradeira de coco, como também buscamos trabalhar com associações rurais. No momento as famílias, nos fornecem o babaçu in natura, a amêndoa quebrada, e azeites. Após a implementação completa do projeto, nós pretendemos fazer também um trabalho social e cultural nessas comunidades, ressaltando a importância dos recursos do coco babaçu e de se construir uma estrutura coletiva de famílias que desempenham o mesmo ofício", destacou Tiago Patrício.
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