Desde 1993 que o fotojornalista pernambucano André Pessoa se dedica ao registro das belezas naturais e culturais da Caatinga, em especial no Piauí. Agora, seu trabalho começa a gerar resultados inéditos para o conhecimento da vida silvestre desse ambiente natural, formando um patrimônio científico indispensável à maior valorização e proteção do único bioma exclusivamente brasileiro. Registrada em detalhes pelas espetaculares imagens do livro “Caatinga Selvagem – O Legado de um Projeto de Desenvolvimento para a Conservação da Fauna”, a riqueza da biodiversidade existente nessa área do país desmistifica a visão do Semiárido como uma terra pobre e sem vida.
Do saruê ao tamanduá-mirim, das borboletas às libélulas, dos beija-flores aos sofrês, das piabas às piranhas, morcegos, gatos-do-mato e tantos outros animais – um riquíssimo e surpreendente acervo natural ainda pouco conhecido pela Ciência se descortina a partir do trabalho de biólogos, veterinários e mateiros no resgate e monitoramento da fauna da Caatinga.
Além das fotografias capazes de resultar em novas espécies ainda não descritas pelos cientistas, as pesquisas têm registrado a ocorrência de animais em locais onde nunca tinham sido observados – uma história de surpresas e descobertas em meio à Caatinga, contada pelas imagens do André Pessoa e pelos textos do jornalista Sérgio Adeodato, especializados na temática ambiental e com trabalhos publicados comumente na imprensa nacional e internacional.
Com 226 páginas, mais de 100 imagens, alto padrão gráfico e conteúdo didático, o livro também mostra a relação entre a cultura do sertanejo e a fauna, com destaque para tradicionais ícones presentes no imaginário popular, como as onças que resistem hoje nas regiões mais bem conservadas da Caatinga. Tais refúgios, como por exemplo serras ainda desconhecidas, são hoje estudadas para possivelmente compor novos parques e outras categorias de unidades de conservação.
A beleza das paisagens essenciais à sobrevivência da fauna também ilustram o inédito acervo de imagens fotográficas, informações científicas e histórias de vida, registradas em expedições que totalizaram quase 10 mil km ao longo de três anos, incluindo incursões no rio São Francisco e nos parques nacionais do Nordeste. Como resultado final, os autores do livro chegaram a um marco histórico da documentação sobre a Caatinga.
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