O Cruzeiro que terminou a última temporada com o título do Campeonato Brasileiro não perdeu nenhum titular para 2014. Nenhum. Ainda chegaram jogadores que agregaram qualidade ao já estrelado elenco celeste, como Manoel, Samudio e Marquinhos. Outros, no entanto, como Marlon e Neílton, não justificaram a condição de promessas.
A verdade é que o planejamento da Raposa fez toda a diferença. Mais uma vez. Os comandados de Marcelo Oliveira, desde o dia 3 dezembro de 2012 à frente do time, só dependiam das próprias forças para alcançar o justo bicampeonato brasileiro consecutivo com duas rodadas de antecedência. E o feito foi alcançado neste domingo, graças a vitória diante do valente Goiás, por 2 a 1, no Mineirão, em duelo da 36ª rodada da competição. Ricardo Goulart e Everton Ribeiro marcaram para o campeão. Samuel fez o do Esmeraldino.
A equipe voltou a sobrar neste ano – é líder desde a sexta rodada – alcançou 76 pontos em 36 jogos. Caso vença uma das duas partidas que ainda tem pela frente, a Raposa terá para si recorde de pontuação no Campeonato Brasileiro de pontos corridos desde a competição passou a contar com 20 clubes. A atual melhor campanha é a do São Paulo de 2006, que somou 78 pontos. A vitória deste domingo foi a de número 14 do Cruzeiro como mandante. O time de Everton Ribeiro, Marcelo Moreno & Cia. é o de melhor rendimento nesta condição, com aproveitamento de 81,4% dos pontos. Foi, ainda, a 48ª vitória do Cruzeiro em 58 jogos no novo Mineirão.
PRÓXIMOS JOGOS
O campeão Cruzeiro volta a entrar em campo pelo Brasileirão no próximo domingo, quando visitará a Chapecoense, na Arena Condá, a partir das 17h. Antes, a Raposa terá o rival Atlético-MG pela frente, na quarta-feira, pelo jogo de volta da final da Copa do Brasil. O time celeste precisa de uma vitória por três gols de diferença para buscar o tetracampeonato da competição e alcançar a segunda Tríplice Coroa da sua história. Novo 2 a 0, desta vez para a Raposa, leva a decisão para os pênaltis. Já o Goiás, no mesmo dia, mas às 19h30, terá o Atlético-PR como adversário, na Arena da Baixada.
CRUZEIRO SAI NA FRENTE, MAS VALENTE GOIÁS EMPATA
O segundo jogo da final da Copa do Brasil estava, como ainda está, no horizonte cruzeirense. Mesmo com uma verdadeira missão pela frente diante do maior rival, o Cruzeiro entrou em campo com o que tinha de melhor, contando com os retornos de Henrique e Marcelo Moreno, que não enfrentaram o Grêmio. A esperada pressão veio. Troca de passes na tentativa de vencer a eficaz marcação rival e paciência para transpor o bem postado Goiás. Se Marcelo Moreno falhou aos oito minutos, Ricardo Goulart fez justiça ao bom início de jogo do Cruzeiro. Cruzamento de Mayke e cabeçada perfeita do camisa 28, agora artilheiro do Brasileirão ao lado de Henrique, do Palmeiras. Cruzeiro 1 a 0, aos 12 minutos.
Promessa de um passeio do Cruzeiro no pulsante Mineirão? Ledo engano. O Goiás, já sem risco de rebaixamento, não chegou a Belo Horizonte apenas para se defender. A opção de Ricardo Drubscky por uma referência na área, com Samuel, se mostrou acertada. David cobrou falta, a zaga cruzeirense falhou e o camisa 9, com extrema liberdade, dominou e finalizou sem qualquer chance para Fábio. O Goiás, de atuação elogiável, não abdicou do direito de atacar e pressionar o futuro campeão. Thiago Mendes pela direita, o veloz Erik e Ramon deram trabalho. Já o Cruzeiro mostrou mais capacidade para concluir – foram 11 finalizações contra quatro do rival –, mas viu o Goiás ir para o intervalo com 52% da posse de bola. A intensidade cruzeirense não teve o efeito esperado diante de um adversário que valorizou cada centímetro do molhado gramado do Mineirão. E por falar em água, a chuva fez a lateral próxima dos bancos de reservas um território impraticável para o futebol.
PACIÊNCIA E VITÓRIA DO CAMPEÃO
Um campeão precisa ter muitas virtudes. Um bicampeão seguido como o Cruzeiro transborda virtudes. Uma delas foi vista nos primeiros minutos de bola rolando na etapa final: paciência. O Cruzeiro precisou de muita paciência para tentar transpor a marcação do Goiás. O Esmeraldino voltou mais recuado, chamando o líder para o seu campo. O time de Marcelo Oliveira girou a bola, buscou espaços e trabalhou para encontrar o tão sonhado espaço. A espera terminou aos 17, quando Willian venceu a marcação e Everton Ribeiro, ignorando a marcação de Saturnino, fez o Mineirão explodir novamente.
O valente Goiás voltou a valorizar a vitória cruzeirense logo após sofrer o gol de Everton Ribeiro. A conquista celeste precisaria vir com certa dose de sofrimento. Não poderia ser com facilidade. Fábio operou verdadeiro milagre após a bola desviar em Bruno Rodrigo. Pouco depois ele viu a finalização de Thiago Mendes ir na trave. A sobra foi de Erik que, impedido, não venceu Fábio. O camisa 1, por sinal, voltou a garantir a vitória cruzeirense na parte final do jogo. Sobrou emoção. E também sobrou competência ao campeão Cruzeiro.
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