Wellington Dias, do PT, foi eleito neste domingo (5) governador do Piauí para os próximos quatro anos. Ele venceu outros seis candidatos, entre eles, Zé Filho (PMDB), que disputava a reeleição. Margarete Coelho (PP) será a vice-governadora no próximo mandato.
O resultado foi confirmado com 100% das urnas apuradas. O petista recebeu 1.053.342 votos, o que corresponde a 63,08% dos votos válidos apurados.
A vitória marca o retorno do PT ao governo do Piauí após quatro anos. Em 2010, Wellington Dias deixou o Palácio de Karnak, sede do poder executivo, para concorrer ao Senado. Será o terceiro mandato do petista como governador do estado.
“Gostaria de agradecer aos partidos que corajosamente fizeram parte desta coligação e a toda a militância que nos deu sustentação. Sei nesse momento o tamanho da nossa responsabilidade. O povo não deu um cheque em branco, mas sim a oportunidade de um processo de mudança para que possamos acelerar o crescimento econômico e social. Gostaria de agradecer a todos o voto de confiança”, declarou Wellington durante entrevista.
Histórico
Formado em Letras pela UFPI (1982) e especializado em Políticas Públicas e Governo pela UFRJ (1998), recentemente concluiu a especialização em Gestão Pública em Harvard. Como bancário, Wellington trabalhou no Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Estado do Piauí e Caixa Econômica Federal, da qual é funcionário de carreira. A militância política começou em 1985, quando, aos 29 anos, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.
Em 1992, foi eleito vereador de Teresina. Em 1994, elegeu-se deputado estadual e chegou à presidência do diretório regional do PT, onde ficou de 1995 a 1997. Em 1996, foi candidato a vice-prefeito de Teresina, na chapa de Nazareno Fonteles. Em 1998, foi o primeiro deputado federal eleito pelo PT no Piauí. No ano 2000, se candidatou a prefeito de Teresina junto com Francisca Trindade como companheira de chapa.
Em 2002, candidato ao governo do estado, Wellington foi eleito no primeiro turno pela coligação “A Vitória que o Povo Quer”. Em 2006 voltou a disputar o cargo no executivo estadual e foi reeleito com 61,7% do total, obtendo 266.579 votos a mais do que na sua primeira disputa para governador. Em 2010, Wellington se afastou do cargo para concorrer ao Senado Federal e foi eleito com 997.513 votos. No ano passado, tornou-se o líder do PT no Senado.
Campanha
A exemplo das duas eleições em que concorreu para o governo do estado e venceu no primeiro turno, Wellington volta ao comando do Palácio de Karnak quatro anos depois sem passar pelo segundo turno. Durante toda a campanha o petista foi alvo dos seus principais adversários, Zé Filho(PMDB) e Mão Santa (PSC), que aproveitaram a propaganda na TV e Rádio para trazer à tona alguns fatos polêmicos das duas gestões. Um deles foi o rompimento da Barragem Algodões, em Cocal, que culminou com a morte de nove pessoas e uma ação por homicídio culposo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-gestor.
A apreensão de R$ 180 mil dentro de um veículo que tinha como passageiro um primo e funcionário do gabinete de Wellington Dias no Senado Federal também foi usada pelos demais candidatos para atacar o petista.
Nas entrevistas que concedeu à imprensa, Wellington negou envolvimento com o dinheiro encontrado e disse que o fato “privado” foi usado com “caráter eleitoreiro”. As denúncias durante a propaganda eleitoral acabaram rendendo ao candidato do PT direito de resposta e retirada dos trechos em que a apreensão do dinheiro era atribuída ao seu nome.
Wellington Dias apresentou em seu horário na TV e no rádio ações que fazem parte do programa para o qual deu o nome de “Acelera Piauí”, que segundo ele é um programa de desenvolvimento do estado para um período de 10 anos. Entre os objetivos estão: atingir o valor de R$ 70 bilhões para o Produto Interno Bruto, ou seja, duas vezes maior que o atual de nossa economia; chegar à expectativa de vida de 75 anos; escolaridade média de 12 anos, com analfabetismo zerado entre todos os piauienses com menos de 50 anos e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,8 (alto).
O candidato derrotado nas urnas Zé Filho (PMDB) afirmou que o povo é soberano e que vai torcer pela nova gestão. Ele ainda acrescentou que agora se concentra em administrar o Piauí até o dia 31 de dezembro deste ano, data em que termina o seu mandato.
"Recebo os números com tranquilidade, bastante resolvido quanto a isso. Na eleição, uns ganham e outros perdem. Acreditamos em um estado descente. Vamos trabalhar até o dia 31 de dezembro para entregar o estado devidamente para o próximo eleito, melhor do que recebi e equilibrado", disse Zé Filho.
Confira votação dos candidatos com 100% das urnas apuradas
Wellington Dias (PT): 63,08% - 1.053.342 votos
Zé Filho (PMDB): 33,25% - 555.201 votos
Mão Santa (PSC): 1,55% - 25.877 votos
Maklandel (PSOL): 1,35% - 22.480 votos
Daniel Solon (PSTU): 0,39% - 6.452 votos
Neto Sambaíba (PPL): 0,25% - 4.217 votos
Lourdes Melo (PCO): 0,13% - 2.180 votos
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