Morreu nesta terça-feira (8), em São Paulo, o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, 83. Sampaio fez parte do grupo dos deputados cassados por força dos atos institucionais nºs 1 e 2, assinados em 10 de abril de 1964. Eleito deputado federal pelo PDC de São Paulo, foi um dos cem primeiros a perder o mandato na década de 60.
Em 1980 foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1986, Plínio Sampaio foi eleito pelo PT para a Assembleia Geral Constituinte. Nas eleições estaduais de 1990, disputou o governo de São Paulo, mas foi derrotado. Desfiliou-se do PT em 2005. Em 2010 disputou seu último pleito: foi candidato a presidente da República pelo PSOL, e ficou em quarto lugar, com 886 mil votos.
Em abril deste ano, foi homenageado pela Câmara dos Deputados em solenidade que lembrou parlamentares cassados. Na oportunidade, Plínio avaliou que o Brasil de hoje ainda não é perfeitamente democrático em função das desigualdades sociais. Mas reconheceu os avanços, especialmente em comparação ao período de ditadura.
"As gerações novas precisam saber o que aconteceu. A democracia só se mantém se o povo estiver alerta e vigilante, se o povo souber que ela é objeto de ataques, que não há nenhuma segurança de que a democracia permaneça sempre. Ela permanece se o povo a defender. E para que o povo a defenda bem, é preciso que ele conheça os ataques, quem eles atingiram. Tudo isso faz parte dessa memória coletiva que garante a democracia."
Plínio estava internado para tratar um câncer nos ossos e morreu por volta das 15h, no hospital Sírio-Libanês. No dia 26 de julho, Plínio completaria 84 anos de idade.
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