Quem vê o beiju já pronto, dificilmente imagina o trabalho que deu para o prato ser preparado. Da colheita da mandioca até o estágio final de levar a goma para a frigideira ou forno aquecidos, cada etapa exige esforço artesanal e aptidão culinária. Dona Adersina Ferreira, há 40 anos domina a técnica de fazer um beiju tipicamente regional e é no Sítio Buritizinho, em Pedro II, que ela guarda o segredo da iguaria.
Beiju, biju ou tapioca. As variações do nome também contemplam a diversidade de formas de preparo. Doce ou salgado; recheado ou simples; quente ou frio, o beiju agrada a muitos paladares. O que dona Adersina costumeiramente prepara é uma forma rústica do prato que é típico das festividades juninas.
Primeiro colher a mandioca na roça, posteriormente descascar a raiz e ralá-la. A partir daqui há o processo de lavar a mandioca triturada, da qual se obtém a goma, na parte líquida e a massa, na parte sólida.
O líquido é decantado e tem a água retirada, obtendo-se o amido, chamado no Piauí de goma, que é colocado ao sol pra secar.
A parte sólida, a massa, lavada, pode ir ao forno para torrar vira a farinha, ou ser misturada à goma dando origem ao beiju a ser levado ao fogo. O beiju feito apenas de goma é o que se conhece como tapioca.
“Hoje em dia não é todo mundo que quer fazer. Dá trabalho preparar o beiju, mas o resultado é esse: todo mundo quer experimentar”, ressalta Adersina.
Dona Adersina Ferreira no preparo do beiju - Sitio Buritizinho Pedro II (Foto:Paulo Barros)
No sítio Buritizinho, a produção é grande e em tempos de farinhada, o forno a lenha fica desenhado pelo formato dos mais diferentes tamanhos de beiju. “Na época do Festival de Inverno muita gente vem visitar o sítio, e o beiju é um dos pratos que mais saem. Acho que todo mundo gosta”, conta a cozinheira.
Identidade cultural nordestina, marcante no paladar, o beiju segue fazendo sucesso, seja nas versões mais simples, ou até em pratos sofisticados.
No Buritizinho, o prato originado da mandioca ainda concorre com o preparo de outras comidas típicas como a garapa de cana, rapadura, galinha caipira, cabrito assado, tudo animado com um forró pé-de-serra.
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