As pipas colorem o céu da para de Barra Grande. Os praticantes de Kitesurfe colocaram como roteiro no mapa turístico a cidade de Cajueiro da Praia que, entre outras atrações, tem um belo pôr do sol e agradáveis passeios pelo mangue, onde é possível avistar peixes-boi a cavalos-marinhos.
Poucos quilômetros adiante está o município de Parnaíba, com cerca de 150 mil habitantes, uma megalópole, se comparada com Barra Grande, onde moram menos de duas mil pessoas. A segunda maior cidade do Piauí está a 170 quilômetros de Jericoacoara, e à mesma distância dos Lençóis Maranhenses. O lugar tem suas virtudes, a começar pelos passeios pelo Delta do Parnaíba, um ecossistema riquíssimo em termos de fauna, flora e cenário, com dunas, mangues, igarapés, guarás, jacarés e muitos caranguejos.
Mas as belezas de Cajueiro da Praia vão bem além da árvore que a batizou. “Este é o melhor lugar para praticar kitesurfe no Brasil. Tem ventos tão bons, ou até melhores, que Cumbuco e Jeri, no Ceará, e São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte. Mas é bem mais vazio, dá para velejar tranquilo. Além disso, tem águas calmas, com boa temperatura, e uma ótima pousada”, exalta o alemão Matthias Huber, de 53 anos, há dez praticante do esporte.
A pousada BGK (Barra Grande Kitecamp) é umas opções de pousadas. As outras boas possibilidade de hospedagem logo pelo nome deixam claro que o esporte é o foco principal dos turistas que visitam a região: tem a Ventos Nativos, a Rota dos Ventos, a Vento do Mar.
“Até recebemos gente que não pratica kitesurfe, mas grande parte dos que nos visitam são estrangeiros amantes do esporte”, diz Franciveldo da Silva, instrutor de kitesurfe e dono do bar Recanto do Kite, na rua principal de Barra Grande, que é de areia. “Hoje já temos aqui dezenas de pousadas, e outras hospedarias mais familiares. Outra possibilidade é alugar uma casa” diz Franciveldo.
Barra Grande tem charme rústico dos destinos que vão despontando no mapa turístico, com ruas de areia, pousadas e restaurantes decorados com muita artesanato local, como rendas e luminárias, tapetes de fibra de taboa enfeitando e protegendo o chão, jogos americanos feitos com palmeiras. Este ambiente meio hippie está por toda a parte. Nas caixas de som do bar do Franciveldo, como também pode ser chamada a birosca, rola um reggae que embala a degustação de caipirinhas bem feitas com frutas nativas, como o caju. A trilha sonora também anuncia a proximidade com o Maranhão, a cerca de 40 quilômetros, o ritmo jamaicano é o mais ouvido.
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