Com o objetivo de identificar a principal "droga de abuso" consumida em Teresina, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí está realizando o primeiro levantamento de dados sobre drogas de abuso em Teresina. "A ideia principal de nossa pesquisa é, acima de tudo, saber qual é a principal droga de abuso consumida na cidade e a partir daí, sistematicamente, procurar acompanhar esse mercado", explica o coordenador do estudo Prof. Maurício Amaral, farmacêutico farmacologista/toxicologista.
Por meio do estudo será possível também saber o valor real do comércio de drogas ilícitas e, a partir dos dados coletados, fazer um comparativo com o investimento aplicado, anualmente, no seu enfrentamento. "Isso é primordial para que a gente possa avaliar racionalmente se nossa política de combate ao tráfico de drogas está funcionando ou, se não, qual(is) seria(m) o(s) motivo(s) de não estar", pontua o pesquisador.
A pesquisa teve início em 2012 e se estenderá até 2014. O levantamento é feito a partir de dados fornecidos pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Piauí, parceiro do projeto. Dados iniciais apontam que, em 2012, a droga com maior número de apreensão foi a cocaína em forma de crack (fumada) ou em forma de sal ("cheirada" ou injetada). "Estamos no meio do trabalho, mas o que podemos visualizar até aqui é que a demanda parece estar aumentando para cocaína. Entretanto, é muito precipitado afirmar isso. Precisamos de no mínimo um acompanhamento de 5 a 10 anos para realmente confirmarmos essas impressões iniciais", esclarece Maurício Amaral.
Por meio do estudo também será possível registrar a presença de novas substâncias ilícitas no mercado de drogas de abuso. Recentemente, a Polícia Civil apreendeu comprimidos da dietilamida do ácido lisérgico (LSD), droga alucinógena mais consumida no mundo, e do SKUNK, uma espécie de Cannabis sativa (maconha) feita em laboratório por meio de uma combinação adequada de solo, iluminação, temperatura e umidade.
Ao final da pesquisa, os dados apurados serão entregues ao Estado juntamente com sugestões alternativas de combate às drogas.
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