Os avanços no tratamento dos tumores da base do crânio foi o tema da palestra de encerramento da segunda edição do Ciclo de Debates “Neurocirurgia em Foco: Avanços, controvérsias e complicações”. A palestra foi ministrada pelo neurocirurgião Marcelo Nery e Silva, diretor do serviço de neurocirurgia e responsável pela neuroncologia do Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo. O evento, que aconteceu nos dias 23 e 24 de maio, contou com a presença de cerca de 120 participantes, entre estudantes e profissionais da saúde do Piauí.
O neurocirugião Marcelo Nery e Silva ressaltou a importância dos avanços tecnológicos em ferramentas cirúrgicas utilizadas para operações na base do crânio. “Com a ressonância avançamos no diagnóstico. Agora dificilmente operamos traumas na base do crânio sem saber o que poderemos encontrar. Os instrumentos estão mais refinados e a endoscopia proporciona uma visão panorâmica que confere maior segurança no momento cirúrgico”, destaca.
Marcelo alertou, ainda, para a necessidade do neurocirurgião perceber o momento certo de finalizar a operação. Segundo ele, apesar dos grandes avanços tecnológicos na neurocirurgia, o médico precisa ter o bom senso de não cometer excessos. “O tumor tem o seu ponto limitante, portanto, o profissional precisa lembrar que em alguns casos a reabordagem é a melhor escolha. O profissional precisa compreender que cada caso tem suas particularidades”, atenta.
Durante o evento, gratuito, que aconteceu no auditório do Instituto de Neurociências do Piauí, foram debatidos diagnósticos com grande recorrência em todo o Brasil, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), distúrbios do sono e tumores cranianos. Ao todo foram realizadas seis conferências principais e discutidos 10 casos clínicos.
Os principais nomes da neurociência no país palestraram durante os dois dias do ciclo de debates, entre eles o neurorradiologista José Guilherme Pereira Caldas, da Universidade de São Paulo (USP), a infectologista Marise Reis de Freitas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e oneurocientista John Fontenele Araújo (UFRN). Também palestraram os representantes do Instituto de Neurociências do Piauí, o neurocirugião Benjamim Pessoal Vale e a fisioterapeuta Rauena Lopes.
No primeiro dia de atividades do evento, que aconteceu nesta sexta-feira (23), profissionais e estudantes discutiram pesquisas feitas no laboratório da UFRN sobre os distúrbios do sono, a necessidade de melhorias nas políticas públicas de saúde, a importância da segurança do paciente e a relação recíproca entre percepção e aprendizado na reabilitação neurológica. Já no segundo dia de evento, no sábado (24), a discussão ficou por conta de 10 casos clínicos e sobre os avanços do tratamento das doenças cerebrovasculares e dos tumores da base do crânio.
Neurocirurgião Marcelo Nery e Silva, do Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo
O neurocirurgião Benjamim Pessoa Vale, organizador do evento, demonstrou-se satisfeito com as trocas de conhecimentos proporcionadas nos dois dias de evento. “São profissionais com destaque em suas respectivas áreas de atuação. Ao trazê-los ao Piauí, buscamos a melhor qualificação de toda a equipe de saúde, para que isso reflita na qualidade do tratamento ofertado à população”, enfatiza.
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