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28/03/2014 - 10h53

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28/03/2014 - 10h53

Trabalhadores do Piauí são escravizados e ameaçados de morte em São Paulo

Sete piauienses estavam vivendo situação análoga à escravidão em obra da Prefeitura de São Paulo-SP.

 Rogério Holanda, do Liberdade News

Sete piauienses de Barras-PI, estavam sendo escravizados em São paulo (Foto: CSP)

 Sete piauienses de Barras-PI, estavam sendo escravizados em São paulo (Foto: CSP)

Sete Trabalhadores de Barras-PI foram resgatados pela Central Sindical Popular-Conlutas numa obra da prefeitura de São Paulo-SP. Os piauienses trabalhavam em situação análoga à escravidão nas obras da Escola de Ensino Fundamental Cortegaça, localizada no bairro Capão Redondo, Zona Sul da cidade.

De acordo com a Central Sindical Popular (CSP), a princípio eram nove trabalhadores que estavam sendo explorados pela empreiteira contratada para executar a obra, Kallas Engenharia. Um deles, Paulo Ricardo Neto da Silva, de 30 anos, adoeceu e foi despachado na rodoviária e voltou para o Piauí sem nenhum tipo de atendimento médico. Outro barrense, Francisco Gama de Lima, de 26 anos, decidiu vir embora após 15 dias de trabalho.

     
Quando pedimos folga um dos fiscais [armado com uma pistola] diz: só vai descansar quando morrer”      

Francisco do Nascimento, pedreiro

 

     

Além dos maus tratos, os trabalhadores que saíram de sua terra natal em busca de melhores condições de vida ainda sofreram ameaças  de morte por fiscais da obra.

“Nós só queremos voltar ao Piauí, receber nossos direitos e poder estar em segurança. Tem um rapaz que pega carona com o gato todo dia para ir à obra. Ele mostra a pistola embaixo do banco e diz que usa a arma para resolver os problemas mais arriscados. Quando pedimos folga, ele diz ‘só vai descansar quando morrer’”, diz Antônio Francisco do Nascimento, um dos pedreiros da obra.

As vítimas gravaram um vídeo que mostra um cômodo de menos de 4mx4m, com os alimentos estocados no chão, abaixo da pia, próximo a um banheiro improvisado. Era nesse local precário que os sete operários estavam vivendo em São Paulo. 

Sete trabalhadores estavam acomodados num quarto pequeno e em condições precárias


A CSP denunciou o caso à Superintendência Regional do Trabalho (SRT) há 1 mês, mas nenhuma providência foi tomada. Diante da suposta omissão, a Central Sindical Popular resgatou os trabalhadores na quarta-feira (26). O caso deve ser encaminhado à Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância (Decradi) para registro de Boletim de Ocorrência.

Rogério Holanda, do Liberdade News

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