O atraso na entrega dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo deste ano representa um grande desafio para a Fifa, disse o secretário-geral da entidade que controla o futebol no mundo, Jérôme Valcke, neste sábado.
- Estamos falando de condições em que o cimento não está nem mesmo seco - disse Valcke a repórteres.
Na próxima terça-feira, faltarão apenas 100 dias para o Mundial.
- Ainda temos que instalar todo o sistema de tecnologia da informação para a imprensa. Sem isso e os serviços de telecomunicações em dia, vocês irão dizer que somos os piores organizadores e que esse foi o pior evento de todos - destacou.
E seguiu explicando:
- Mas para instalar a tecnologia em um estádio precisamos de pelo menos 90 dias e precisamos trabalhar para todas as partes envolvidas, nossos parceiros comerciais, nossos parceiros de mídia, hospitalidade... A bola começa a rolar no dia 12 de junho e só para no dia 13 de julho, e acho que as coisas funcionarão bem, mas também é verdade que sempre que você recebe algo atrasado se torna um desafio muito grande deixar pronto a tempo.
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O dirigente acrescentou:
- Não sou um especialista em Copa do Mundo, mas posso dizer claramente que não tem sido nada fácil - disse, em entrevista coletiva após reunião anual com a International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol.
Valcke fez uma reflexão, um desabafo.
- Estamos a quase 100 dias do início do primeiro jogo em um estádio em São Paulo que ainda não está pronto e só ficará mesmo a partir do dia 15 de maio. E como sabem, outros dois estádios (Curitiba e Manaus) também estão bem atrasados.
O chute no traseiro
Nesta mesma semana, há dois anos, Valcke proferiu aquela que foi uma das suas frases mais polêmicas, dizendo que o Brasil precisava "de um chute no traseiro" e causando a ira do Comitê Organizador Local (COL). Apesar da repercussão ruim, a frase pareceu, na ocasião, ter surtido algum efeito. Indagado neste sábado se os brasileiros precisariam agora de um novo "chute no traseiro", Valcke desviou-se da polêmica.
- Pergunte-me quando a Copa do Mundo tiver acabado - respondeu. - Nós já tivemos que colocar tudo em seu devido lugar e agora são esforços de última hora, mas vamos trabalhar até o último instante. Vai dar certo, e vocês terão o que esperam, os times terão do bom e do melhor. - afirmou.
Valcke tentou evitar novas polêmicas:
- Sem dúvida, os estádio são lindos, mas por ora (terminá-los) ainda é um desafio para os organizadores. E não estou fazendo uma crítica. É apenas um desafio. Temos que encontrar as soluções - encerrou.
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