Cerca de meia-hora depois do horário marcado para o início da reunião técnica do Campeonato Brasileiro da Série A de 2013, o advogado Ricardo Cabezon, com procuração do departamento jurídico da Portuguesa e liminar ordenando que tivesse acesso ao encontro, chegou à sede da CBF. Falou rapidamente com a imprensa e se dirigiu à recepção. Depois, pegou as escadas e entrou no prédio da entidade, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A assessoria da CBF confirmou que a entrada do advogado na reunião foi autorizada como ouvinte, ou seja, sem direito a se pronunciar.
Usando um broche da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado afirmou, antes de entrar no prédio, que a entidade já fora notificada. A assessoria da CBF, contudo, negou que qualquer notificação oficial tenha sido entregue.
- Estamos aguardando a liberação para subir, a liminar foi concedida e a CBF foi notificada. Estão cientes de que viemos participar do arbitral. O juiz estabeleceu, (se não deixar entrar) é um descumprimento de ordem judicial. Para essas circunstâncias o que se usa é uma multa, são R$ 500 mil por dia. Espero que seja colocada a Portuguesa na tabela. É isso que o jurídico tem trabalhado, para que a Portuguesa seja tratada como os outros, como temos a liminar que nos garante a Série A, nós estamos na Série A.
Questionado sobre a possibilidade da realização do Campeonato Brasileiro com 21 clubes, Cabezon afirmou que tal situação iria ferir o Estatuto do Torcedor.
- Sabemos que o estatuto veta isso. O que vai ter nesse momento é uma conversa. A Portuguesa está negociando e quer que a lei seja cumprida.
Entenda o caso
Após a última rodada do Campeonato Brasileiro, a CBF comunicou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a possível escalação irregular dos atletas Héverton, da Portuguesa, e André Santos, do Flamengo. A infração, julgada em duas instâncias no tribunal desportivo, acabou fazendo com que ambos os clubes perdessem quatro pontos. Dessa forma, o Fluminense permaneceu na Série A e a Portuguesa foi rebaixada para a Série B.
Desde então, uma série de ações judiciais originadas por torcedores dos dois clubes e questionando as decisões do STJD foram impetradas na Justiça Comum. Algumas liminares foram emitidas em favor dos torcedores, outras foram cassadas pela CBF. Paralelamente a isso, o Ministério Público de São Paulo, através do promotor Roberto Senise, decidiu investigar o caso. O promotor já chegou a afirmar que há indícios de que funcionários da Lusa receberam dinheiro para escalar Héverton. O Flamengo, por sua vez, recorre da perda de pontos na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), na Suíça.
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