Não era o que o atleticano esperava. Definitivamente, o torcedor que se acostumou a acreditar em viradas na trajetória da Libertadores, viu um Galo irreconhecível nesta quarta-feira contra o Raja Casablanca. O time de Cuca entrou em campo pela primeira vez nesse Mundial de Clubes, mas teve uma atuação bem abaixo das expectativas. E custou caro. Ao contrário do time brasileiro, os marroquinos entraram dispostos a vencer, impondo uma vitória por 3 a 1, para delírio da torcida local.
Relembrando o Internacional de 2010, o Galo sequer chega à final de um Mundial e adia o sonho do seu torcedor em conquistar o mundo. São derrotas que deixam marcas. E essa certamente não será diferente para os mineiros.
ATLÉTICO NÃO SE ENCONTRA EM CAMPO
O técnico Nabil Maaloul armou muito bem o time do Raja, com uma linha compacta de quatro jogadores defensivos, destacando ainda dois atletas responsáveis por puxar os contra-ataques. A tática favoreceu principalmente nos momentos em que o Atlético não soube fazer uma transição adequada entre a defesa e o ataque, pecando na saída de bola. Quando melhorou no passe, girando e modificando as jogadas, o Galo passou a ser mais incisivo em campo. Aos 20 minutos, Jô aproveitou cruzamento rasteiro de Lucas Cândido e o time mineiro por pouco não abriu o placar.
Motivado pela torcida local, o Raja aproveitava os espaços oferecidos pelo Atlético e respondia com frequentes bolas aéreas jogadas ao gol de Victor. Pelo lado alvinegro, quando Marcos Rocha alçou a bola na área, Fernandinho pegou a sobra e chutou rasteiro, à esquerda da trave.
Aos 35 minutos, Victor fez milagre. O Raja desceu com velocidade, Karrouchy cruzou pela esquerda, Moutaouali pegou de primeira e o espalmou no reflexo. Pouco tempo depois, nova descida, agora pela direita. Moutaouali chutou cruzado na saída de Victor, mas a bola foi para fora. Em suma, o Atlético finalizou mais nos primeiros 45 minutos, mas, aproveitando principalmente as falhas na cobertura defensiva, o Raja foi quem levou mais perigo.
NOITE PARA O GALO ESQUECER
Com uma postura pouco mais para frente, mas pecando pelos mesmos erros, o Atlético voltou para o segundo tempo e levou o primeiro gol logo no início. Em contra-ataque mortal, Lajaour chutou rasteiro, na entrada da área, no cantinho de Victor. Banho de água fria para o time de Cuca. O time da casa poderia até ampliar, em novo contra-ataque. Chtibi balançou as redes, mas a arbitragem já assinalava impedimento.
Cuca imprimiu as entradas de Donizete e Luan em seguida ao gol. Mas foi Ronaldinho o responsável por fazer a diferença. Em cobrança magistral, o camisa 10 cobrou falta no contra pé do goleiro e empatou a partida. A bola ainda tocou caprichosamente na trave antes de entrar.
O gol deu a confiança que o Atlético precisava. Leandro Donizete entrou bem na partida, e o Atlético aumentou consideravelmente suas ações ofensivas. O Raja diminuiu o ímpeto e se limitava a atacar pelo lado direito do campo. Mas, em novo contra-ataque, o Raja chegou ao segundo gol. Iajaour caiu na área e o árbitro marcou falta de Rever. Pênati que Moutaouali bateu e marcou a menos de dez minutos do fim.
Mais uma vez, seria preciso acreditar. Mas não deu. Desorganizado e na base do desespero, o Galo foi pra cima nos últimos minutos, mas ainda cabia, em novo contra-golpe, o gol para decretar a derrota alvinegra. Autor de dois gols, Moutaouali invade a área, encobre Victor e carimba o travessão. Na volta, Mabide decreta o fim do sonho atleticano: 3 a 1 placar final.
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