O presidente eleito da Portuguesa, Ilídio Lico, admitiu nesta quinta-feira que o clube cometeu um erro ao escalar irregularmente o meia-atacante Héverton no jogo contra o Grêmio, no último domingo, pelo Brasileiro.
O cartola reiterou, porém, que não houve benefício para a equipe, e que esse será um argumento apresentado no julgamento do caso no STJD [Superior Tribunal de Justiça], que ocorrerá na segunda-feira. "Peço que os auditores tenham consciência humana, já que uma decisão pode complicar o ano da Portuguesa", afirmou nesta quinta. "
Cometemos um erro sem premeditação, do qual não nos beneficiamos em nada. Jogar a Série B por conta disso seria uma pena severa demais." Lico assumiria apenas no dia 2 de janeiro, em substituição a Manuel da Lupa, que já deixou o cargo. Mas teve de passar a dar as cartas devido à polêmica inesperada.
Héverton foi punido por dois jogos pelo STJD devido à expulsão contra o Bahia, no dia 23 de novembro. Cumpriu um, contra a Ponte Preta, e deveria se ausentar de outra partida --contra o Grêmio. Mas entrou aos 32 min do segundo tempo no empate em 0 a 0 contra os gaúchos.
Caso o STJD opte pela condenação, o time paulista perderá quatro pontos e somará 44, o que lhe dará o 17º lugar e livrará da segunda divisão o Fluminense --que terminará com 46, em 16º.
"Não tenho nada contra o Fluminense, mas é um clube que tem força na CBF e que entrou pela porta dos fundos em outros torneio", disse Lico, referindo-se às vezes em que o time carioca foi promovido à elite, em 1996 e 2000, sem obter a vaga no campo.
ROTINA
O imbróglio está na comunicação da sentença do julgamento que condenou Héverton, ocorrido há uma semana. A Portuguesa foi representada no STJD pelo advogado Osvaldo Sestário, que foi dispensado após a crise.
Ele disse que avisou ao vice-presidente jurídico do clube, Valdir Rocha, na sexta e no sábado sobre o gancho. "Minha rotina foi normal. Ele me ligou para perguntar sobre um recurso relativo ao [atacante] Gilberto, e eu o informei sobre a suspensão do Héverton para o jogo do fim de semana", declarou Sestário, que trabalhava havia nove anos para a Portuguesa.
"Acho que o erro do clube se deve ao fato de eles estarem em transição agora." Segundo ele, o clube sabia desde a terça-feira, dia 2, que Héverton seria julgado. "Isso estava na pauta do STJD".
Em sua defesa, a Portuguesa vai insistir que não recebeu a informação de Sestário. "Não é um julgamento técnico. É um julgamento político. Vai pesar a camisa", afirmou Orlando Carneiro de Barros, novo vice jurídico do clube.
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