Entre as entidades de classe e as associações médicas, dois pontos do programa do governo foram os mais criticados.
O primeiro deles é o chamado 2º ciclo, que obriga os estudantes de Medicina a trabalhar por dois anos na rede pública de saúde. O presidente do Conselho Federal de Medicina condenou a medida.
“Mais um equivoco. Mais dois anos vai exatamente atrasar a formação nas especialidades que o Brasil também precisa. portanto nós somos radicalmente contrario a isso, que eles não querem chamar pelo nome, mas chama-se serviço civil obrigatório”, disse o presidente da Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila.
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou que seja um serviço obrigatório, mas sim, uma uma segunda fase de estudo e será remunerada.
Outro ponto tem efeito mais imediato. O Mais Médicos prevê que os brasileiros que estudaram fora e também os médicos estrangeiros que queiram aderir ao programa vão ser dispensados de fazer o Revalida, que é a exame que eles tem que passar hoje pra poder exercer a medicina no país.
A Associação Médica Brasileira questiona o conhecimento dos médicos que não precisarão passar pelo exame.
“Nós queremos uma única medicina pra todos. Então é adequado que sejam avaliados par ver se tem conhecimento e habilidade pra cuidar da nossa população. Nós não podemos defender uma medicina pra pobre e pra rico”, disse o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso.
O ministro da saúde disse que os médicos serão avaliados por três semanas, numa universidade pública, e que não farão o revalida porque o governo quer determinar onde eles vão trabalhar. Se passassem na prova, poderiam ir pra qualquer lugar do país.
“Eu não concordo que as entidades médicas venham classificar um profissional médico como primeira ou segunda linha por causa disso. Esse não é o critério. As universidades vão ter a capacidade de trazer médicos qualificados pro nosso país”, disse o ministro.
A Associação Médica Brasileira , o Conselho Federal de Medicina, a Associação Nacional de Médicos Residentes e a Federação Nacional dos Médicos divulgaram uma carta nesta segunda à noite. As entidades dizem que o Governo assume um alto risco com as medidas e que pretendem questioná-las na Justiça.
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