Médicos e acadêmicos de Medicina realizam hoje (3) manifestação para defender a obrigatoriedade da revalidação dos diplomas de médicos estrangeiros e a implantação da carreira médica no País. O protesto é uma reação da categoria ao projeto do Governo Federal de trazer médicos de Cuba e de outros países para atuar nas regiões mais isoladas do Brasil, sem a necessidade do teste de revalidação, que é necessário para confirmar a aptidão do profissional.
O ato acontecerá simultaneamente nas principais cidades brasileiras. Na capital piauiense a concentração do protesto será às 8 horas, em frente ao Conselho Regional de Medicina, na rua Goiás, bairro Ilhotas, e de lá os médicos vão passar pelos principais hospitais públicos e privados da cidade, retornando para o CRM-PI, onde acontecerá uma assembleia geral.
"A regra de revalidação deve valer para todos os médicos. Um pequeno grupo não pode ser privilegiado. Os serviços de saúde pública precisam ser os mesmos para toda a população. Se a presidenta Dilma tratou o câncer com profissionais gabaritados, formados nas melhores instituições, por que o cidadão mais humilde não pode ter o mesmo direito?", indaga Lúcia Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi).
A dirigente sindical afirma que a estrutura dos hospitais localizados no interior são precárias, e, em geral, os médicos são sub-remunerados, o que inibe os profissionais de trabalhar nessas cidades. "Não existe carreira médica no interior. O que existe é prefeito dando calote nos médicos. Se houvesse salários dignos e segurança para o exercício da medicina, não faltariam médicos nesses municípios mais isolados. Mas do jeito que está não pode ser. As prefeituras oferecem salários de oito mil, depois passa para três mil e alguns meses depois nem mil reais querem pagar", denuncia.
O Ministério da Saúde anunciou, no dia 25 de junho, que criará 35 mil vagas para médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) até 2015. De acordo com a pasta, serão contratados profissionais que se formaram no exterior para ocupar os postos que não forem preenchidos por médicos com diplomas brasileiros.
O plano do governo é criar programas de autorização especial para que os profissionais que se formaram fora do país só possam atuar na atenção básica, nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. Caso sejam aprovados no Revalida, esses médicos terão liberdade de trabalhar em qualquer lugar do país.
Alguns conselhos regionais de Medicina, como os do Rio de Janeiro e de Goiás, adiantaram que não vão registrar médicos que não forem aprovados no Revalida.
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