Um programa do Governo Federal em parceria com os estados onde há a vegetação Caatinga vai incentivar o pequeno produtor a preservar o bioma. A tendência é que essas famílias tenham renda a partir de produtos extraídos da mata sem que haja agressão ao meio ambiente. Os interessados receberão apoio de técnicos especializados em manejo florestal.
O programa lançado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), e pelo Fundo Clima, do Ministério do Meio Ambiente já teve sua chamada pública para que as associações e cooperativas de assentamentos da reforma agrária e do Programa de Crédito Fundiário recebam apoio para obter lenha, carvão, frutos, estacas e forragem, mantendo a vegetação e a biodiversidade local.
O objetivo dos governos é conciliar uso e conservação das florestas, ou seja, preparar as comunidades locais para explorar conservando o bioma e gerando riqueza para as populações. De acordo com o gerente de Capacitação e Fomento do SFB, João Paulo Sotero, muitos tratam a Caatinga como uma vegetação morta sem nenhuma riqueza “não é verdade, a Caatinga tem biodiversidade grande e existem riquezas no bioma”, disse.
Os interessados em receber informações sobre como extrair os produtos de forma sustentável, ou seja, tirar da floresta sem destruir a floresta, têm que se manifestar até o dia 16 de junho. A expectativa do governo é apoiar no Brasil, com essa chamada, cerca de 40 assentamentos e 200 técnicos. Em toda a região de Caatinga, projetos com o mesmo tipo de apoio já prepararam agricultores de quase 150 assentamentos do Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
No Piauí, o Governo do Estado adotou um programa similar onde apóia a produção de palma, planta típica da Caatinga. Em caso de um período longo de estiagem a Palma fornece energia, água e vitamina A, garantindo o suprimento de alimentos extremamente importantes para a manutenção dos rebanhos, evitando prejuízos com a perda ou venda de animais muito abaixo do valor de mercado.
A Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR) irá implantar o programa Plante Palma, que incentiva o cultivo da planta em sua espécie forrageira. Durante o primeiro ano, 600 criadores em 100 municípios terão ajuda para plantar 200 hectares do vegetal (0,33 hectares por criador), fornecendo sementes (raquetes), arame farpado e orientação técnica. Deverão ser implantados 20 campos de 1,5 hectares em 20 municípios para introdução e multiplicação de variedades da planta.
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