Mais uma vez a história do nosso país é escrita com uma tentativa de golpe à nossa jovem democracia. Desta vez, com a trama de tentativa de assassinato do presidente eleito, Lula, do vice, Alkimin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Uma quantidade absurda de áudios e provas, documentos e notas que rendeu um relatório de 884 páginas da Polícia Federal com mais de 500 menções a Bolsonaro, derrotado nas urnas nas últimas eleições.
Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas, além de Jair-Bolsonaro, também foram apontados como orquestrantes do golpe o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, deputado federal Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Sousa Neto, dentre outros. Mas a questão, senhoras e senhores, é que, em suma, mais uma vez a tentativa de golpe não é apenas contra o presidente eleito, é contra o voto de milhares de brasileiros que foram às urnas e escolheram seus representantes pelo quadriênio que vivemos.
Em milhares de horas de áudios transcritos e ouvidos na investigação da Polícia Federal, fica claro que o golpe principal, além de colocar Bolsonaro no poder, tinha como alvo dar poder supremo às Forças Armadas, trazendo a Ditadura Militar de volta.
Em um dos áudios obtidos, inclusive, um dos participantes afirma que o necessário seria colocar as Forças Armadas de volta, com o voto impresso, acabando de vez com o voto eletrônico “com ou sem Bolsonaro”. O comando era manipular, instigar, confundir. E conseguiram fazer isso com muitos simpatizantes que foram enganados como massa de manobra.
Fica claro que neste caso o representante do Executivo Federal eleito pelo voto popular poderia ser qualquer pessoa: a tentativa de golpe seria a mesma. A intenção dos golpistas não é colocar uma pessoa exclusivamente no poder, mas tirar o poder da população de escolher seus representantes pelo direito fundamental e intocável que lhes é concedido pela Carta Magna.
É verdade, senhoras e senhores, que a nossa democracia é jovem e tem muitas falhas. Mas é o princípio de uma sociedade que queremos como exemplo para nossos filhos e netos. É nossa vontade que queremos fazer valer pelas urnas com o avanço da tecnologia, com o voto eletrônico, que o mundo inteiro admira por nós sermos os pioneiros de tal avanço neste processo.
Ter a liberdade de escolha de nossos representantes e o conceito de tripartição dos Poderes de Estado é atentar para o Estado Moderno, para que sempre possamos ter o direito de dizermos o que queremos e o que pensamos, inclusive de divergir como divergimos e mudar de opinião quando acharmos que for necessário.
Bolsonaro foi eleito em 2018 pela maioria dos brasileiros e ficou no poder os quatro anos, como manda a Constituição Federal e os ritos jurídicos vigentes no país. Ele e seus compassas deveriam saber que não se pode infringir o direito que eles mesmo usufruíram, de serem escolhidos por voto popular nas urnas. Foram as mesmas pessoas que elegeram Bolsonaro que o demitiram do cargo quando acharam que ele não devia mais estar à frente de nossa nação. O nome disso é democracia.
Escolher nossos representantes é a única maneira que temos de contratar e demitir aqueles que julgamos ser ou não capazes de dar um futuro melhor para nossas cidades e nosso país. Para nossas crianças, jovens e idosos. O golpe nunca será contra políticos e seus assessores. O golpe sempre será um atentado contra cada um de nós. O golpe será sempre contra mim, contra você.
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