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Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
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cantidiosfilho@gmail.com

20/01/2025 - 06h08

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cantidiosfilho@gmail.com

20/01/2025 - 06h08

Na Tarde Azul

 

Como uma garça numa tarde azul, saiu de sua vida com extrema suavidade...

 Como uma garça numa tarde azul, saiu de sua vida com extrema suavidade...

A moça, feita de porcelana e sonho, aproximou-se do homem que já vivera muitas luas. Com extrema delicadeza, pediu-lhe: “Por favor, não me ame tanto a ponto de me perder”. Para alguém menos atento, a frase soaria enigmática, “coisa de mulher”. Para ele, o recado não poderia ter sido mais explícito: chega!  Estava a caminho de uma paixão desvairada, cujas consequências não poderia imaginar. 

A moça, suave como o voo de uma garça numa tarde azul, saiu de sua vida como entrara: com extrema suavidade...  Um sonho bom que se esvaiu, deixando no ar um suave cheiro de jasmim. 

Deixou-lhe também um arremedo de poema, que termina assim: É que, em matéria de amor,/ eu sou assim:/ um pouco mais/ um muito menos.../ eu nunca sei o ponto certo/principalmente se você está por perto.

Agora, já não corre o risco de perdê-la.  Será, para sempre, sua como a luz de Vésper que, sem nada exigir da vida, brilha na imensidão do céu. É de todos e de ninguém.

*****
Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
 

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