Consta que, no período da ditadura, numa manhã qualquer, os muros de Teresina ostentavam a pichação: A DITADURA NÃO PÁRA DA LUTA DO POVO! O xerife de plantão consultou um professor de português para saber se o acento gráfico no verbo PARAR estava correto. Ao saber que estava adequado, mandou prender um "comunista de carteirinha". O cidadão alegou que, na noite da pichação, nem estava em Teresina. O xerife, irredutível: "Você é o único comunista que conheço que sabe português. Então, foi você". E mandou o moço para a gaiola.
Lembrei-me da história ao ver esta pichação, redigida em piauiês castiço, com pontuação absolutamente correta. Um pichador identificável?
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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