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Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
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Iane Carolina

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contato@acessepiaui.com.br

07/01/2025 - 06h14

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Somos Ouro no Cinema Mundial

 

Fernanda Torres, ganhadora do prêmio Globo de Ouro (Foto: Agência Brasil)

 Fernanda Torres, ganhadora do prêmio Globo de Ouro (Foto: Agência Brasil)

O Brasil está em festa por Fernanda Torres ter ganhado o prêmio de melhor atriz na categoria drama no Globo de Ouro por sua atuação em Ainda Estou Aqui - Golden Globe Award for Best Actress in a Motion Picture – Drama.  O longa, dirigido por Walter Salles, levou mais de três milhões de pessoas aos cinemas em 2024.

A brasileiríssima premiada da noite concorreu com ninguém mais ninguém menos que as atrizes famosíssimas Angelina Jolie (Maria), Tilda Swinton (O Quarto ao Lado) e Kate Winslet (Lee), Nicole Kidman (Babygirl) e Pamela Anderson (The Last showgirl). Mas Fernanda Torres foi lá e quebrou a banca.

O Filme Ainda Estou Aqui é uma adaptação cinematográfica do livro homônimo de Marcelo Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, levado pela Ditatura Militar em 1971, torturado e morto nas dependências de um quartel militar do Rio de Janeiro.

A história mostra a trajetória da família desde antes da prisão de Rubens Paiva, da própria mãe, Eunice (Fernanda Torres), até o momento em que a família consegue a certidão de óbito do patriarca da família, depois de muitos anos. Só em 2014, com a Comissão Nacional da Verdade, o país consegue traçar o paradeiro das muitas vítimas deste passado obscuro que assombra para sempre nossa democracia, dentre eles, o deputado Rubens Paiva.

É impossível falar deste filme e não entrelaçar história e arte. Fernanda Montenegro aparece já no final como um diamante adicionado a uma joia que já é dona de um brilho espetacular. A teatralidade de suas expressões não necessitam de palavras. O olhar penetrante, maduro e sensível de Fernanda Montenegro emociona não só o país, mas o mundo. O Oscar sempre foi nosso. Já sabíamos disso.

O prêmio que Fernanda Torres traz para casa consagra a história do Brasil e o cinema brasileiro mundo afora. Estamos longe de ter uma economia tão forte e investimentos cinematográficos como Hollywood, o cinema nova-iorquino ou países da Europa, que desbancam as cifras astronômicas em investimentos nos filmes que chegam às salas de cinema ou streams.

Mas o cinema brasileiro está cada vez despontando em qualidade, especialmente pelo enredo, pela trama, pela direção, pela atuação. Histórias magníficas e impressionantes recheiam os lares do Brasil (e agora do mundo) com os personagens mais fantásticos do imaginário tropicalense.

A cada dia, nossa produção audiovisual, mesmo com bem menos investimentos que o cinema das grandes potências, surpreende em vários quesitos. Aqui, precisamos falar de Selton Mello, que brilhou desde o início do filme em Ainda Estou Aqui e foi cotado para ser indicado ao Oscar na categoria de ator coadjuvante.

Ele mesmo, nosso Chicó, que afaga nossos corações no filme Auto da Compadecida e que na segunda edição, lançada neste natal (exatamente dia 25 de dezembro) se tornou um sucesso absoluto e assumiu o primeiro lugar em bilheterias no país, levando mais de um milhão de pessoas aos cinemas em apenas cinco dias.

O cinema brasileiro está recheado de trabalhos fantásticos, merecedores do Oscars, Bafta, Grammy, Globos de Ouro... Além da premiadíssima Fernanda Torres, do reconhecido diretor Walter Sales e do fantástico Selton Mello, temos uma gama de produções que não deixam a desejar em nada.

A série brasileira que ganhou adeptos por todo o mundo, Pedaços de Mim, trouxe uma trama de cair o queixo, com a história de uma superfecundação heteroparental de uma mulher depois de ter sido abusada. Brilham no drama a super atriz Juliana Paes e os atores Vladimir Britcha e Felipe Abid.

A lista é gigante. Filmes e séries produzidos como Bandida, DNA do Crime, Carandiru, Cidade de Deus, Tropa de Elite, além de documentários sobre a história do Brasil, nossa produção audiovisual desponta não só no cenário latino-americano, mas no mundo.  Preciso destacar inclusive a participação de atores e atrizes, como o querido Rodrigo Santoro, em atuações internacionais.

A conquista do Globo de Ouro por Fernanda Torres é apenas a demonstração do talento gigantesco que o Brasil tem de fazer filmes, séries, novelas... Somos um país com produções gigantescas e de ponta no quesito qualidade. Além da atuação exemplar, temos uma gama de escritores, roteiristas, produtores, diretores, arte-finalistas, câmeras, figurinistas... Uma equipe gigantesca envolvida para que o produto final seja digno dos melhores prêmios, das melhores academias.

Tenho certeza que 2025 é um marco para que o cinema brasileiro, e talvez o cinema de países que não façam parte do circuito hollywoodiano, seja visto e incluído de fato no roll da premiação das Academias. Um prêmio como este não é só reconhecimento, é condecorar todo um país por sua história e seu trabalho na luta por justiça.

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